OS SEGREDOS CAVERNOSOS DO CAVENDISH! CUIDADO BRASIL E POLÍTICOS!
19:14Brasília, Brasil e o mundo sem retoques!
SEGREDOS DE CAVENDISH
As ameaças começam!
Acusada de
irregularidades e pagamento de propina, a construtora Delta, uma das maiores do
país, agoniza. Nos bastidores, seu dono ameaça revelar segredos que
comprometeriam políticos e outras grandes empreiteiras.
Blefe? - Fernando
Cavendish, proprietário da Delta, tem enviado recados a grandes empreiteiros e
políticos sobre o risco de surgirem revelações envolvendo caixa dois e dinheiro
para campanhas eleitorais
É absolutamente previsível a explosão que pode emergir de uma apuração
minuciosa envolvendo as relações de uma grande construtora, no caso a Delta
Construções, e seus laços financeiros com políticos influentes. A empreiteira
assumiu o posto de líder entre as fornecedoras da União depois de contratar
como consultor o deputado cassado José Dirceu, petista que responde a processo
no Supremo Tribunal Federal no papel de “chefe da organização criminosa” do
mensalão. Além disso, consolidou-se como a principal parceira do Ministério dos
Transportes na esteira de uma amizade entre seu controlador, Fernando
Cavendish, e o deputado Valdemar Costa Neto, réu no mesmo processo do mensalão
e mandachuva do PR, partido que comandou um esquema de cobrança de propina que
floresceu na gestão Lula e só foi desmantelado no ano passado pela presidente
Dilma Rousseff. A empreiteira de Cavendish é dona da maior fatia das obras do
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e tem contratos avaliados em cerca
de 4 bilhões de reais com 23 dos 27 governos estaduais. Todo esse império
começou a ruir desde que a Delta foi pilhada no epicentro do escândalo
envolvendo o contraventor Carlos Cachoeira. Se os segredos de Cachoeira são
dinamite pura, os de Cavendish equivalem a uma bomba atômica.
Fala, Cavendish!
Na semana passada, a CPI do Cachoeira aprovou a convocação de 51 pessoas
e 36 quebras de sigilo bancário, fiscal e telefônico. Os números foram
festejados pela cúpula da comissão como prova inconteste da disposição dos
parlamentares para investigar os tentáculos da máfia da jogatina nos partidos
políticos, na seara das empreiteiras e na administração pública. Sob essas
dezenas de votações, no entanto, esconde-se a operação patrocinada pelo
ex-presidente Lula e alguns políticos para impedir que a bomba atômica de
Cavendish seja detonada. A estratégia é enaltecer as convocações e quebras de
sigilo relativas a empresas e personagens já fartamente investigados pela
Polícia Federal. Assim fica mais fácil despistar as manobras para evitar que
Cavendish conte tudo — mas tudo mesmo — o que sabe sobre como obter obras
públicas pagando propinas a pessoas com poder de decisão nos governos.
Investigar a Delta, aliás, foi considerada a tarefa prioritária pelos próprios
delegados da Polícia Federal que prestaram depoimento à CPI. Eles disseram que
desvendar os mecanismos subterrâneos de concessão de obras públicas no Brasil
seria o maior legado da CPI.
Fala, Cavendish!
Deflagradas pela Polícia Federal, as operações Vegas e Monte Carlo
revelaram o envolvimento do contraventor Carlos Cachoeira com políticos como o
senador Demóstenes Torres (ex-DEM) e Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta na
Região Centro-Oeste. Entre outras atividades, o trio agia para abrir os cofres
dos governos estaduais e federal à empresa. Para tanto, ofereceria propina em
troca de contratos. A PF colheu indícios desse tipo de oferta criminosa, por
exemplo, em Goiás e no Distrito Federal. Foi com base nessa delimitação
geográfica que os petistas defenderam uma investigação sobre a atuação da
empreiteira apenas na Região Centro-Oeste — tese que saiu vitoriosa na semana
passada. “Não há conversa gravada do Cachoeira com o Fernando Cavendish. A CPI
não pode se transformar numa casa de espetáculo”, bradou o deputado Cândido
Vaccarezza (PT-SP). “A generalização beira a uma devassa”, reforçou Paulo
Teixeira (PT-SP). Os petistas cumpriram à risca as ordens dadas por Lula um dia
antes, quando ele esteve em Brasília para a cerimônia de instalação da Comissão
da Verdade. A ordem foi calar Cavendish. Mas o correto é o contrário.
Fala, Cavendish!
O ex-presidente sabe do potencial de dano ao PT e a seus aliados caso
Fernando Cavendish conte como a sua Delta conseguia seus contratos de obras e,
em troca, pagava políticos. Numa conversa gravada com ex-sócios, Cavendish os
incentivou a cortar caminho para o sucesso comprando políticos. Na tabela da
corrupção da Delta, um senador, por exemplo, custaria 6 milhões de reais. A
Delta tem obras contratadas por governadores pertencentes aos maiores partidos
do país — PT, PSDB e PMDB. Será que essa onipresença da Delta explica as razões
pelas quais a CPI decidiu não chamar para depor os governadores Agnelo Queiroz
(PT-DF), Marconi Perillo (PSDB-GO) e Sérgio Cabral (PMDB-RJ)? O deputado
Vaccarezza deu a resposta. “A relação do PMDB com o PT vai azedar na CPI. Mas
não se preocupe, você é nosso e nós somos teu”, escreveu em idioma parecido com
o português o deputado Vaccarezza numa mensagem de celular destinada ao
governador Sérgio Cabral. Captada pelas câmeras de televisão do SBT, a mensagem
revela de forma inequívoca o grande arranjo para calar o dono da Delta, amigo
íntimo de Cabral. Portanto, é bom repetir a palavra de ordem que pode salvar a
CPI do fracasso.,
Fala, Cavendish!
Publicado por Luiz Berto em ;
http://www.luizberto.com/uma-reportagem/segredos-de-cavendish/comment-page-1#comment-131046
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