ANDRÉ VARGAS: UM HOMEM-BOMBA NO PT?
15:36Brasília, Brasil e o mundo sem retoques!
Líder
do PT na Câmara cobra renúncia de Vargas.
BRASÍLIA - A cúpula do PT iniciou ontem um cabo de guerra,
antes restrito aos bastidores, para obrigar o deputado licenciado André Vargas
(PT-PR) a renunciar ao mandato. Diante do recuo de Vargas, que se limitou a
formalizar a renúncia ao cargo de vice-presidente da Câmara dos Deputados, o PT
intensificou ontem a pressão para que ele deixe também o mandato parlamentar.
Com o respaldo do presidente nacional do PT, Rui Falcão, o líder do PT na Câmara, Vicentinho (SP), disse que a expectativa é a de que Vargas também abra mão do mandato parlamentar. No final do dia, Vicentinho ligou para Vargas. O deputado ligado ao doleiro Alberto Yousseff, preso na Operação Lava-Jato, bateu pé e avisou que não pretende renunciar ao mandato. Disse que ficará no cargo para se defender no processo do Conselho de Ética da Câmara.
Com o respaldo do presidente nacional do PT, Rui Falcão, o líder do PT na Câmara, Vicentinho (SP), disse que a expectativa é a de que Vargas também abra mão do mandato parlamentar. No final do dia, Vicentinho ligou para Vargas. O deputado ligado ao doleiro Alberto Yousseff, preso na Operação Lava-Jato, bateu pé e avisou que não pretende renunciar ao mandato. Disse que ficará no cargo para se defender no processo do Conselho de Ética da Câmara.
— O deputado André Vargas renunciou à condição de vice.
É claro que demorou (a
formalizar a decisão), foi constrangedor, mas aconteceu. Nossa expectativa
agora, até para não ter que ficar sangrando permanentemente, é a de que ele
renuncie ao mandato — disse Vicentinho, negando que essa seja uma forma de
pressionar Vargas.
Vicentinho diz que permanência de deputado causa 'sangramento'.
Vargas disse que deixaria o cargo, mas mudou de ideia e agora quer ficar.
A cúpula do PT e o governo federal temem que a manutenção do
deputado André Vargas (PT-PR) no mandato faça o caso continuar no noticiário e
contamine as campanhas do partido. Caso o deputado paranaense, licenciado do
mandato, reassuma a atividade parlamentar, poderá ser expulso em processo
disciplinar no Conselho de Ética do PT.
— Não tem pressão nenhuma. É que é um sangramento desagradável, crítico para ele. Mesmo respeitando suas dificuldades, sua dor, sinto que vai chegando a hora da renúncia ao mandato — disse Vicentinho.
Na última segunda-feira, após ouvir Vargas, a comissão da Executiva do PT pressionou o deputado para que renunciasse ao mandato, e não só à vice-presidência da Câmara. O argumento principal foi o de que a renúncia estancaria o processo no Conselho de Ética e a pressão sobre ele. Isolado, Vargas disse que renunciaria porque essa seria uma forma de preservar sua família do massacre ao qual estaria sendo submetida.
— Não tem pressão nenhuma. É que é um sangramento desagradável, crítico para ele. Mesmo respeitando suas dificuldades, sua dor, sinto que vai chegando a hora da renúncia ao mandato — disse Vicentinho.
Na última segunda-feira, após ouvir Vargas, a comissão da Executiva do PT pressionou o deputado para que renunciasse ao mandato, e não só à vice-presidência da Câmara. O argumento principal foi o de que a renúncia estancaria o processo no Conselho de Ética e a pressão sobre ele. Isolado, Vargas disse que renunciaria porque essa seria uma forma de preservar sua família do massacre ao qual estaria sendo submetida.
Comissão petista avalia caso.
Anteontem, porém, Vargas avisou que estava reavaliando a possibilidade de
deixar o mandato. Em nota divulgada por assessores e por torpedos, disse que
sua renúncia seria inócua, já que o processo seguiria no Conselho de Ética da
Câmara. Segundo assessores de Vargas, declarações dadas pelo presidente do
conselho, Ricardo Izar (PSD-SP), e pelo relator do processo, Júlio Delgado
(PSB-MG), pesaram na decisão.
Ontem, Vicentinho sinalizou que a Executiva do PT manterá a sindicância contra Vargas. Segundo o líder, Vargas terá direito a defesa, e não haverá expulsão sumária. Mas, como todos os filiados, ele também tem "dever partidário".
Antes de defender abertamente a renúncia ao mandato, Vicentinho conversou ao telefone com o presidente do PT, Rui Falcão. Até ontem, os petistas estavam comedidos em falar sobre o assunto. Outros deputados defenderam a renúncia de Vargas ao mandato. Argumentam que ele sequer procurou a bancada para se defender.
Ontem, Vicentinho sinalizou que a Executiva do PT manterá a sindicância contra Vargas. Segundo o líder, Vargas terá direito a defesa, e não haverá expulsão sumária. Mas, como todos os filiados, ele também tem "dever partidário".
Antes de defender abertamente a renúncia ao mandato, Vicentinho conversou ao telefone com o presidente do PT, Rui Falcão. Até ontem, os petistas estavam comedidos em falar sobre o assunto. Outros deputados defenderam a renúncia de Vargas ao mandato. Argumentam que ele sequer procurou a bancada para se defender.
O GLOBO - ISABEL BRAGA
A MEGA LAVANDERIA DE ANDRÉ VARGAS
Obtido com exclusividade por IstoÉ, inquérito no STF pode
levar André Vargas à cadeia por falsidade ideológica. Para o MP e a PF,
deputado petista montou uma “lavanderia” para justificar recursos de origem duvidosa
que irrigaram suas campanhas eleitorais
O deputado André Vargas (PT-PR) é um político em estado
terminal. Num último esforço para tentar preservar o mandato, o petista
renunciou ao posto de vice-presidente da Câmara e tirou uma licença de 60 dias.
Não foi o suficiente para impedir que seus pares instaurassem um processo
contra ele no Conselho de Ética da Câmara por quebra de decoro parlamentar, nem
que o seu partido, o PT, o ameaçasse de expulsão. Sua situação se deteriorou
depois que ele foi acusado de manter uma relação promíscua com o doleiro preso
na Operação Lava Jato, Alberto Youssef. Vargas é o deputado que ergueu os
punhos cerrados, repetindo o gesto dos mensaleiros presos, para debochar do
presidente do STF, Joaquim Barbosa, em sessão de abertura do ano legislativo no
Congresso.
Agora, por ironia da política, quem pode selar o destino político de
Vargas é justamente o Supremo, instituição à qual o petista ousou desafiar e
fazer troça.
Na última semana, IstoÉ teve acesso com exclusividade às mais
de 500 páginas do inquérito 3596, instaurado pelo STF a pedido do Ministério
Público Federal, que pode levar Vargas para a cadeia pelo crime de falsidade
ideológica para fins eleitorais.
A pena prevista, caso o petista seja
condenado, varia entre um e cinco anos de reclusão. No robusto processo, o
Ministério Público Federal afirma que há fortes indícios de que o parlamentar
montou uma lavanderia de dinheiro para justificar doações eleitorais. Nem a
Justiça Eleitoral consegue dizer se os recursos apresentados nas prestações de
campanha algum dia chegaram mesmo a circular na conta bancária.
Constam do processo depoimentos de mais de 80 testemunhas que
afirmam nunca terem doado dinheiro para a campanha de Vargas. Mas esses são
apenas parte dos 200 “laranjas” utilizados pelo petista para justificar a
origem dos recursos suspeitos em suas campanhas eleitorais. A prática ilícita
teria começado nas eleições de Vargas para deputado federal em 2006 e se
reproduzido na campanha de 2010.
Esquema envolve irmãos
Na documentação que embasa o inquérito em curso no STF há
relatos dos auditores do Tribunal Eleitoral do Paraná sobre a dificuldade de
fazer uma apuração detalhada das contas apresentadas devido à complexidade do
esquema. Os procuradores, porém, acreditam que as notas de gastos apresentadas
pelo deputado licenciado são frias. Uma lista completa com os dados bancários
do parlamentar e dos doadores fictícios, com observações sobre o desencontro
dos dados e valores, fundamenta a suspeita dos procuradores.
O esquema de lavagem de dinheiro de Vargas não se limitaria
às operações de fraude nas prestações de contas de campanha. Teria
ramificações. Em outra ponta da investigação, a Polícia Federal segue o rastro
de empresas em nome dos familiares de Vargas. Nos grampos telefônicos
divulgados até agora, o deputado aparece em conversas com o doleiro Alberto
Yousseff cobrando pagamento de comissões a determinados consultores, um deles
chamado “Milton”.
Trata-se de seu irmão Milton Vargas Ilário e a PF suspeita
que outros familiares do petista também tenham sido usados como laranjas. Nessa
vertente do amplo esquema montado por Youssef, a lavagem de dinheiro se daria a
partir do uso de empresas de fachada abertas por seus familiares. Entre as
empresas investigadas pela Polícia Federal, que teriam sido usadas na
lavanderia Vargas, encontra-se a LSI Solução em Serviços Empresariais.
É justamente a véspera da intensa troca de mensagens em que
parlamentar e doleiro comemoram as gestões da parceria entre os laboratórios
Labogen, LFM e EMS para abocanhar contrato de até R$ 150 milhões com o
Ministério da Saúde. Em apenas um ano, a LSI mudou três vezes de ramo,
ampliando seu leque de atuação de pesquisa e consultoria a atividades de
cobrança, publicidade, organização de eventos, gestão empresarial e até tecnologia
da informação.
Curiosamente, a empresa foi aberta no número 58 da alameda
Sarutaia, no bairro do Jardim Paulista (SP), onde já funcionava há anos outra
empresa, a agropecuária Adram S/A, que acaba de ser selecionada para uma linha
especial de crédito do BNDES. Existe a desconfiança na PF de que Vargas e seus
parentes também estejam por trás da Adram S/A.
Com a entrada de Milton, irmão do petista, a sede da LSI foi
transferida para um apartamento residencial da Vila Mariana, bairro da capital
paulista. A PF não identificou qualquer indício de atividade comercial no
endereço. Da mesma forma não foi encontrada atividade empresarial no endereço
da L Vargas & CIA Ltda., localizada em São José dos Pinhais. A empresa está
em nome de outro irmão do deputado chamado Loester Vargas Ilário e sua mulher,
Luzia Salete Ribeiro Ilário, e tem como objeto social a prestação de “serviços
auxiliares do mercado de capitais”.
http://blogs.odiario.com/josepedriali/
O GLOBO - ISABEL BRAGA
2 comentários
http://www2.diariooficial.araucaria.pr.gov.br/search/view?id=20245
ResponderExcluirSeu irmão estava nomeado como secretario de meio ambiente na prefeirura de araucária, o vice prefeito é do pt
http://www.araucaria.pr.gov.br/prefeitura/secretarias/meio-ambiente/sec-mun-de-meio-ambiente
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