NÚMEROS DO DESEMPREGO: RELATÓRIO DO IBGE GERA CONTROVERSIAS
20:20Brasília, Brasil e o mundo sem retoques!
Pesquisa do
IBGE derruba três mitos do governo Dilma sobre o emprego
Suspensa de maneira controversa, a pesquisa ampliada do IBGE
sobre o mercado de trabalho tem o potencial de derrubar mitos propagados pelo
governo Dilma Rousseff sobre o emprego no país.
Apurados em todo o país, os números mostram que o cenário
atual é, sim, favorável -mas não a ponto de autorizar afirmações de tom épico
como as mostradas abaixo, retiradas de discursos da presidente.
1) “Nós hoje, no Brasil, vivemos uma situação
especial. Nós vivemos uma situação de pleno emprego.” (Dilma,
29/01/13)
O mito revisto: “Nós chegamos próximos do
pleno emprego.” (Dilma, 17/07/13)
Os dados: A tese do (quase) pleno emprego se
amparou nos resultados da pesquisa mais tradicional do IBGE, limitada a seis
regiões metropolitanas, que mostra desemprego na casa dos 5%.
A pesquisa ampliada que começou a ser divulgada neste ano
mostra taxa mais alta, de 7,1% na média de 2013, e, sobretudo, desigualdades
regionais: no Nordeste, o desemprego médio do ano ficou em 9,5%.
2) “O Brasil, hoje, é um país que, em meio à
crise econômica das mais graves, talvez a mais grave desde 1929, é um país
que tem a menor taxa de desemprego do mundo.” (Dilma, 14/06/13)
O mito revisto: “Hoje nós temos uma
das menores taxas de desemprego do mundo.“ (Dilma, no mesmo
discurso)
Os dados: Em comparação com o resto do mundo,
não há nada de muito especial na taxa brasileira. É semelhante, por exemplo, à
dos Estados Unidos (6,7% em março), que ainda se recuperam de uma das mais
graves crises de sua história.
O desemprego no Brasil é menor que o de importantes países
europeus, mas supera o de emergentes como Coreia do Sul (3,9%), China, (4,1%,),
México (4,7%) e Rússia (5,6%), além de ricos como Japão (3,6%), Noruega (3,5%)
e Suíça (3,2%).
3) “Temos o menor desemprego da história.” (Dilma,
23/12/12)
O mito não foi revisto.
Os dados: A base da afirmação é que a taxa
apurada em apenas seis metrópoles é a menor apurada pela atual metodologia,
iniciada em 2001. Já foram apuradas no passado, com outros critérios, taxas
iguais ou mais baixas.
A pesquisa ampliada permite comparações com taxas apuradas no
passado por amostras de domicílios. Dados do Ipea mostram que o desemprego
atual é semelhante, por exemplo, ao medido na primeira metade nos anos 90.
http://dinheiropublico.blogfolha.uol.com.br/
NÚMEROS QUE JÁ PREOCUPAVAM EM JANEIRO DE 2013:

NÚMEROS QUE JÁ PREOCUPAVAM EM JANEIRO DE 2013:

DESEMPREGO
AVANÇA PARA 5,4% EM JANEIRO, DIZ IBGE
A taxa de desemprego média em seis regiões metropolitanas do
Brasil subiu para 5,4% no mês de janeiro, informou nesta terça-feira o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a menor taxa para o
mês de janeiro desde 2003, diz o instituto. A série do IBGE foi iniciada em
março de 2002.
A PME abrange as regiões metropolitanas de Recife, Salvador,
Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
O dado de janeiro ficou acima da média de 5,3% prevista por
dez consultorias e instituições financeiras apuradas pelo Valor Data.
O resultado divulgado pelo IBGE representa alta de 0,8 ponto
percentual sobre o resultado apurado em dezembro (4,6%) e recuo em relação a
janeiro de 2012 (5,5%), de acordo com dados da Pesquisa Mensal de Emprego
(PME).
A população desocupada (1,3 milhão de pessoas) cresceu 17,2%
em comparação com dezembro e se manteve estável em relação a janeiro do ano
passado.
Já a população ocupada (23,1 milhões) teve queda de 1,2% em
relação a dezembro. Na comparação com janeiro de 2012 houve expansão de 2,8%, o
que representou elevação de 631 mil ocupados no intervalo de 12 meses.
O número de trabalhadores com carteira assinada no setor
privado (11,6 milhões) não registrou variação na comparação com dezembro. Na
comparação anual, houve alta de 4,1%, o que representou um adicional de 459 mil
postos de trabalho com carteira assinada em um ano.
O IBGE informou ainda que o rendimento médio real habitual
caiu 0,1% em janeiro na comparação com dezembro de 2012, para R$ 1.820. O
resultado ficou 2,4% acima de janeiro de 2012, de R$ 1.777,47.
Avanço amenizado
O desemprego cresceu em janeiro em seis regiões
metropolitanas do país por conta da queda de 293 mil pessoas na população
ocupada, mas foi amenizado pela saída de 98 mil pessoas da população
economicamente ativa (PEA), ou seja, aquele contingente em busca de trabalho.
O saldo dessas duas situações – menos gente empregada de um
lado, mas menos gente procurando emprego de outro - resultou em 195 mil pessoas
desempregadas a mais em janeiro, na comparação com dezembro, de acordo com o
IBGE.
Das sete atividades observadas pela PME, cinco tiveram
redução da população ocupada entre dezembro e janeiro. Nesse período, o
comércio dispensou 96 mil pessoas, pouco mais que a construção, que demitiu 95
mil pessoas.
Nos serviços domésticos, foram 88 mil demissões, ao passo que
em educação, saúde e administração pública foram fechadas 80 mil vagas. Já os
serviços prestados às empresas fecharam 19 mil postos de trabalho.
Os únicos setores a aumentarem o contingente de ocupados
entre dezembro e janeiro foram indústria (55 mil) e outros serviços (34 mil).
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