OS ASSASSINATOS DE REPUTAÇÕES: A DIREITA BATE, A ESQUERDA DEVOLVE, O POVO PAGA, A GLOBO FATURA! E COM QUEM ESTÁ A RAZÃO?
14:15Brasília, Brasil e o mundo sem retoques!
Novos leitores: Mais uma tentativa de assassinato de
reputação
por Luiz Carlos Azenha

Quem é leitor diário da blogosfera pode abandonar a leitura
aqui, já que este artigo é para os milhares de novos leitores que nos procuram,
segundos estatísticas de nossa audiência, em função de recentes — e falsas —
acusações, que envolvem também o nome do Viomundo.
Os que acompanham mais de perto a disputa judicial entre o bravo blogueiro Luís Nassif e a
revista Veja, da Editora Abril, da família Civita, sabem exatamente
do que estou falando. Nassif teve a coragem de denunciar as falcatruas da
revista em sua
série sobre os métodos da publicação. O trabalho de Nassif foi
confirmado mais tarde, quando a Polícia Federal desmontou a associação
entre o bicheiro Carlinhos Cachoeira, o senador Demóstenes Torres e
aliados. Eles entregavam suas “produções” jornalísticas de bastidores, contra
adversários, para a publicação da Abril.
As armações tinham o objetivo clássico da mídia empresarial
brasileira: o “assassinato de reputação” com objetivos políticos, ideológicos
ou comerciais. Tirar vantagem enfraquecendo os outros com denúncias falsas ou
artificialmente turbinadas.
Ao deixar a TV Globo, mais tarde, em 2006, o hoje blogueiro Rodrigo Vianna, do Escrevinhador,
teve a coragem de fazer o mesmo: denunciar
publicamente a emissora. Foi dado por alguns como doido. Porém, abriu
os olhos de uma pequena parcela da opinião pública e hoje há, sem medo de
errar, dezenas de milhares de brasileiros capazes de identificar com clareza os
métodos da cobertura política global, que foram modulados para evitar os casos
de manipulação mais evidente — hoje rapidamente denunciáveis — e trabalhar a
pauta do que é ou, principalmente, não é oferecido aos
leitores, ouvintes e telespectadores das Organizações Globo, dando ênfase às
notícias que interessam e escondendo as que não interessam.
Este é hoje o principal motivo de os blogueiros terem se
tornado, eles próprios, alvos de contínuas tentativas de “assassinato de
reputação” ou “destruição de caráter”.
Eles rompem o tabu dos assuntos proibidos, muitos dos quais
envolvem as próprias empresas de mídia, o que ficou bem nítido no recente
aniversário de 50 anos do golpe de 1964, por exemplo, aqui e aqui.
Se você é um jovem leitor ou chegou recentemente a este
espaço, calma! Sabemos que há muitas novidades para você no que escrevo.
Despreocupe-se. Vá seguindo os links e acumulando informação. Eventualmente,
você vai se dar conta do que lerá, verá e ouvirá repetidamente na blogosfera: a
grande mídia tem lado, apesar de se dizer “neutra”, “isenta” e “imparcial”.
O lado dela ficou claro no golpe que instalou a ditadura
militar em 1964. Com raríssimas exceções, que pagaram caro por isso, a mídia
apoiou os golpistas que agiram com ajuda material dos Estados Unidos e
censuraram, torturaram, mataram e sumiram com os corpos de adversários.
Alguns
dos donos da mídia se envolveram diretamente na articulação golpista;
outros deram publicidade ou apoio material a ações específicas da ditadura;
muitos lucraram enormemente durante o período.
São, grosseiramente, os mesmos que sempre se opuseram a
governos de caráter trabalhista ou popular, que chamam de “populistas”. Os
mesmos que apoiam, sempre, governos elitistas voltados acima de tudo para o
lucro das elites, sem que uma migalha sequer seja concedida aos de baixo, aos
mais pobres, aos assalariados.
Entendeu agora o motivo de nos detonarem?
A ocasião mais recente foi a entrevista do ex-presidente Lula
a blogueiros de esquerda, ou “progressistas”, por apoiarem uma série de medidas
políticas e econômicas que representariam progresso social e material para os
trabalhadores, os assalariados, os mais pobres — como o Bolsa Família, as cotas
para negros e sociais nas universidades, o Sistema Único de Saúde.
Como jornalista com mais de 40 anos de experiência, sendo
pelo menos 30 em emissoras de televisão, sustento que uma entrevista vale pelas
notícias que produz. No caso de que tratamos aqui, a entrevista de Lula
produziu numerosas manchetes, inclusive em toda a chamada mídia corporativa, ou
seja, ligada ou defensora dos interesses das corporações que a patrocinam.
Lula falou de todos os assuntos relevantes daquele momento:
as denúncias contra o deputado André Vargas, contra a Petrobras, a campanha
para que ele seja candidato a presidente em 2014, os rumos da economia no
governo Dilma, a Copa do Mundo, os protestos na rua do Brasil, a lei
antiterrorismo, o financiamento da saúde pública, etc.
Ou seja, os entrevistadores atingiram seu objetivo sem usar
grosserias, sem ofensas e sem embarcar no que chamamos de “antipetismo” movido
pelo ódio. É um sentimento promovido por adversários políticos do PT, que
querem negar direito de existência ao partido de Lula da mesma forma que os
golpistas de 1964 negavam existência política a seus adversários. Depois do
golpe, mesmo políticos que apoiaram a derrubada de João Goulart foram
“extirpados” pelo militares, como o direitista Carlos Lacerda, que perdeu o
direito de se candidatar.
Entenderam o paralelo entre os ditadores do passado e os
“ditadores” de hoje? De formas distintas, tentam atingir os mesmos
objetivos: negar o direito de expressão e organização àqueles dos quais
discordam.
É nessa categoria que, em 2014, se encaixam os blogueiros,
nove dos quais participaram da entrevista com o ex-presidente Lula. Para a
mídia corporativa, são não-pessoas. A eles são negadas a individualidade, as
características pessoais, os saberes específicos.
Você já andou por aí na blogosfera? Viu como concordamos em
algumas coisas e discordamos em muitas? O Viomundo, por exemplo,
apoia todas as manifestações de rua, inclusive as que estão sendo organizadas
para o período da Copa do Mundo. O Eduardo Guimarães, do blog da
Cidadania – para dar apenas um exemplo, discorda. Isso não nos
impede de conviver democraticamente, ainda que expressando posições claramente
distintas.
Não concordo com a postura do Eduardo em muitos outros
pontos, porém defendo que ele participe, sim, de entrevistas com autoridades e
políticos. Desde quando se convenciou que estas atividades devem ser exclusivas
de jornalistas? Como representante comercial, exportador de autopeças e fã do
Lula, o blogueiro não deixa de expressar o que pensa parte da opinião pública
brasileira em relação ao ex-presidente.
Por outro lado, estavam presentes na mesma entrevista
jornalistas com grande experiência, como
a Conceição Lemes, deste site, com 33 anos de carreira. O que houve de
errado com a pergunta que ela fez ao Lula sobre o financiamento da saúde
pública? Lula culpou a extinção do imposto de cheque, promovida pelos
adversários dele, pela falta de dinheiro para financiar o SUS. Acho que foi uma
boa pergunta e que cabe ao leitor/ouvinte/telespectador decidir se concorda ou não
com o ex-presidente.
Porém, os que negam direito de existência aos blogueiros no
mundo da informação apagam a individualidade de cada um e o pluralismo da
blogosfera, apelando para rótulos e acusações infundadas: seriam todos
financiados pelo governo, hipnotizados por Lula ou defensores pagos do PT. Em
uma palavra, “vendidos”.
Enfatizo: condenar “antipetismo” irracional não é o mesmo que
ser petista. Não somos. Quer ler críticas ao PT/governos Lula e Dilma neste
site? Comece por aqui, aqui, aqui, aqui ou aqui.
Minha sugestão? Frequente os blogs abaixo citados. Com o
tempo, baseando-se na sua leitura e não no que dizem para você, estou certo de
que você perceberá as nuances, as diferenças que existem entre todos eles,
indistintamente: Blog
do Miro, Cafezinho, Sul 21, Carta Maior, Escrevinhador, Tijolaço, Blog da Cidadania, Diário do Centro do Mundo (há
muitos outros, mas estes estavam representados na entrevista).
Estou certo de que, ao fazer isso, você vai encontrar uma
pluralidade de opiniões que não vê na chamada mídia corporativa!
Quando no título deste texto, falei em “assassinato de
reputação”, é por acreditar que as críticas feitas aos blogueiros nas Organizações
Globo tinham este objetivo.
Primeiro, na rádio CBN, que pertence às Organizações Globo,
em rede nacional, o âncora Carlos Alberto Sardenberg (o mesmo do Jornal da
Globo, na TV) e o comentarista Merval Pereira (o mesmo do jornal O
Globo, do Rio) sugeriram que os blogueiros que participaram da entrevista
com Lula eram “vendidos”.
Depois, o jornal O Globo, do mesmo grupo, onde
escreve Merval, pretendeu fazer uma “investigação” sobre quem eram os
entrevistadores. Coincidência, não?
O método foi o mesmo utilizado na primeira entrevista de Lula
a blogueiros, quando ainda estava na presidência da República, em 2009. Naquela
ocasião, o jornal O Globo estampou, junto com uma foto de Lula
com os entrevistadores, o título “Lula
recebe Cloaca e outros amigos no Planalto”. Cloaca é um blogueiro do
Rio Grande do Sul, que não participou da entrevista de 2014 e a cloaca a que
ele se refere ao nomear seu blog é a mídia representada pelos grupos
Folha-Abril-Globo-Estadão, ou seja, a mídia conservadora, de direita, que faz
propaganda dos interesses da elite brasileira.
O Globo negou, então, credibilidade à entrevista. Agora,
faz o mesmo usando métodos parecidos. Também usou uma foto dos blogueiros ao
lado de Lula. E tascou, baseado em uma única declaração (a que aparece entre
aspas), de um dos nove presentes: Café e bolotas de queijo, Conversa de
Amigo; ‘Ninguém teve a intenção de ser isento’, Conversa de
Camaradas.
É algo comum no jornalismo acusatório: tomar a parte pelo
todo. Pega a opinião de um, destaca e com isso tenta desqualificar o todo.
Porém, onde foram publicadas as críticas específicas de O
Globo às perguntas feitas pelos blogueiros? Quais as impropriedades
jornalísticas cometidas durante a entrevista? Faltou notícia na entrevista de
Lula?
A resposta, como as manchetes dos dias subsequentes na mídia
corporativa deixaram claro: Não!
O que Lula antecipou aos blogueiros, inclusive, começou a
acontecer: Dilma assumiu a defesa da Petrobras e anunciou ajustes futuros na
economia brasileira. Tudo isso apenas confirma a relevância da entrevista em
si.
Como jornalista com ampla experiência, percebi que O
Globo montava uma armadilha para os blogueiros ao ler as perguntas
endereçadas à Conceição Lemes. Se a entrevistadora do Viomundo não
tivesse formação de jornalista ou não tivesse currículo, a inexperiência para
enfrentar uma raposa politica como Lula seria destacada. Se tivesse tido
qualquer despesa paga pelo Instituto Lula para ir até a entrevista, seria
mencionada por isso. Seriam formas de desqualificar o trabalho de Conceição, já
que o Viomundonão recebe propaganda oficial, seja de governos
federal, estaduais ou municipais, seja de empresas públicas/estatatais —
incluindo aí o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.
Fazemos isso porque batalhamos pela extinção de tais gastos
públicos, a não ser em casos de estrita necessidade, como campanhas de
vacinação, para que o dinheiro seja aplicado em creches, hospitais e salários
de funcionários públicos, não necessariamente nesta ordem. Quando
governador do Paraná, o hoje senador Roberto Requião, do PMDB, fez isso e deu
muito certo.
Finalmente, acrescento minha própria experiência como vítima
de tentativa de assassinato de reputação, obviamente mal sucedida, caso
contrário você não teria vindo ler o Viomundo.
Foi na campanha eleitoral de 2010, quando eu já havia pedido
a extinção antecipada de meu contrato com a TV Globo.
Na ocasião, o jornal O Globo envolveu meu
nome de forma infundada numa falsa denúncia contra a TV Brasil, que havia
prorrogado — dentro de todas as normas legais — um contrato com a produtora
Baboon, de São Paulo, que produzia o programa Nova África depois
de ter ganho uma concorrência pública. Que eu saiba, foi o primeiro e único
programa de TV no Brasil que foi resultado de uma concorrência pública!
Eu era empregado da Baboon, assalariado, para cumprir função
em minha área de especialidade! No entanto, O Globo juntou meu
nome com a cifra milionária de um contrato do qual eu não era parte e não tinha
assinado — não sendo dono, nem sócio, nem gerente da Baboon, que pertence aos
empresários Henry Ajl e Markus Bruno.
Viu como funciona? O Globo juntou meu nome
com um valor milionário que nunca recebi e conseguiu produzir uma falsa
denúncia contra um jornalista assalariado de uma produtora que havia ganho uma
concorrência pública! No entanto, foi tudo tão transparente que,
subsequentemente, a Baboon se classificou para disputar uma segunda
concorrência e perdeu, ocasião em que o blogueiro Reinaldo Azevedo voltou a
usar meu nome para me acusar… de perder a concorrência!
É assim que a direita age, entendeu?
Se você ficou curioso sobre o programa, clique aqui.
Portanto, expresso aqui minha solidariedade aos nove
blogueiros vítimas da tentativa de assassinato de reputação movida pelas
Organizações Globo por conta da mais recente entrevista do presidente Lula.
http://www.viomundo.com.br/
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