PETROBRÁS, COMO ESPERADO TEVE PT E DILMA FAZENDO SUA DEFESA E ATACANDO A OPOSIÇÃO
18:15Brasília, Brasil e o mundo sem retoques!
PERPLEXO,
PT ATACA OPOSIÇÃO E DEFENDE ESTATAL
EM
DOCUMENTO, SIGLA DIZ QUE PETROBRÁS FOI ‘ALVO’ DE PRIVATIZAÇÕES DO PSDB E TIRA
DILMA DO DEBATE.
Brasília - A forma como a presidente Dilma Rousseff tem
conduzido o episódio sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, pela
Petrobrás causou perplexidade e mal-estar no PT, segundo integrantes da direção
do partido. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também manifestou
descontentamento com a reação da presidente ao episódio.
sta sexta-feira, 21, em Brasília, a cúpula petista
teve dificuldades de encontrar um modelo de resolução - documento oficial da
legenda - para tratar do assunto. No fim, prevaleceu a tentativa de minimizar o
impacto dos desgastes do Planalto.
A ideia, a princípio, é concentrar a crise apenas na
Petrobrás, com ataques à oposição, e excluindo Dilma do debate. "Mais uma
vez estamos presenciando a oposição e os setores conservadores da nossa
sociedade fazer ataques para atingir a imagem da Petrobrás. É importante
relembrarmos que a nossa maior empresa pública foi alvo da política de
privatizações no governo liderado pelo PSDB, apoiado pela elite nacional,
representado por FHC", diz trecho do documento divulgado nesta sexta.
"O partido não vai fazer um jogo do PSDB que quer colocar
a presidente Dilma no centro do palco. O PT não vai entrar nesse jogo. O povo
brasileiro quer discutir política no sentido mais amplo da palavra. Eles
insistem no mesmo erro de 2006 e 2010, que é acreditar que essa via denuncista
faz o partido crescer", afirmou o ex-presidente do PT, deputado Ricardo
Berzoini (SP), que participou do encontro em Brasília.
Nos bastidores, os líderes petistas críticos ao estilo de
Dilma classificaram a resposta da presidente dada na terça-feira como mais um
episódio no "conjunto da obra" de supostas inabilidades políticas da
presidente, ao lado da crise com o PMDB na Câmara e a reforma ministerial. Em
conversas reservadas, os críticos de Dilma usaram termos como
"sincericídio" e "desastre".
Na terça-feira a presidente enviou uma nota oficial ao Estado para
comentar a notícia de que ela votou a favor da compra da usina em Pasadena
gerando prejuízo de US$ 1 bilhão à Petrobrás. Na nota, a presidente disse que
só aprovou a compra porque recebeu"informações
incompletas" e uma "documentação falha" e que se
tivesse todos os dados "seguramente" a compra não teria sido
aprovada.
Para os petistas, a resposta amplificou o problema em vez de
resolvê-lo. Entre os descontentes com a resposta de Dilma está Lula. O
ex-presidente desaprovou a estratégia adotada por sua sucessora porque, segundo
pessoas próximas a ele, é praticamente uma confissão de ineficiência.
Participantes da reunião do Diretório Nacional do PT não
esconderam a insatisfação. "Não estou dizendo que é uma situação
agradável. Não é. Mas é uma disputa política e dentro disso vamos tratar a
situação como tal. Não podemos sair dessa realidade. Se houve uma inabilidade,
o governo tem que saber se posicionar", afirmou o deputado federal José
Mentor (SP) que participou do encontro.
Mensalão. A resolução de desta sexta do PT
também traz trecho em que o partido comemora a absolvição de integrantes do
partido pelos crimes de formação de quadrilha e lavagam de dinheiro no processo
do menslão. Também rebate as denúncias de que os petistas presos no julgamento
estariam recebendo privilégios na cadeia. "São denúncias forjadas sobre
privilégios inexistentes".
O Estado de S. Paulo
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