ABSURDO! CORREIOS DO BRASIL VÃO PAGAR 42 MILHÕES DE REAIS POR NOVA LOGOMARCA! AÍ TEM!
17:59Brasília, Brasil e o mundo sem retoques!
Campanha publicitária foi lançada com a presença do ministro
Paulo Bernardo
Enviar cartas é algo cada vez mais raro, mas os Correios vão
gastar R$ 42 milhões para alterar a sua logomarca.
O novo símbolo –uma flecha amarela e outra azul, apontando
para direções opostas– foi lançado em Brasília na 3ª feira passada
(6.mai.2014), com a presença do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e
atletas patrocinados pela empresa.
O desenvolvimento da marca custou R$ 390 mil –a criação do
pequeno desenho. A troca dos letreiros das 11 mil agências próprias e
comunitárias espalhadas pelo país consumirá outros R$ 9,9 milhões, segundo
cálculo da estatal –uma média modesta de meros R$ 819 para reformar cada
agência.
O Blog ouviu no mercado, entretanto, estimativas muito
maiores, na faixa de mais de R$ 100 milhões. Edifícios dos correios e pequenas
agências terão de passar por reformas em alguns casos para a troca de placas e
letreiros não só nas fachadas, mas nas partes internas desses locais.
Outro número curioso é a cifra informada pela empresa para
trocar a identidade visual de sua frota de 16 mil veículos. Segundo os
Correios, será necessário gastar R$ 1,7 milhão para adaptar esses 16 mil
carros. Ou seja, apenas R$ 106 por veículo.
Por que esse número é curioso? Porque os Correios informaram
inicialmente que o custo total para adaptar os carros e caminhões à nova
logomarca seria de R$ 30 mil. O Blog estranhou e perguntou: só R$ 1,87 por
veículo? É claro que havia um erro na informação.
Aí os Correios apareceram com a nova cifra, de R$ 1,7 milhão.
O titubeio da estatal sobre quanto vai custar essa operação
pode significar duas coisas: ou os números reais estão sendo sonegados ou houve
pouco planejamento na operação da mudança da marca da empresa. Ou as duas
coisas.
É importante lembrar que os Correios estiveram na gênese do
escândalo do mensalão, em 2005, quando um de seus funcionários foi filmado
recebendo propina em dinheiro. Depois, os contratos de publicidade da empresa
foram questionados por causa de suposto desvio de verbas.
Os Correios estão fazendo esse investimento num momento em
que o negócio histórico da empresa está em decadência: o envio de cartas.
Também é curioso que seja feito tanto investimento por uma empresa que não tem
concorrentes.
No Brasil, o mercado de correspondências (cartas, cartões
postais e telegramas) é um monopólio estatal nas mãos dos Correios. Trata-se de
um negócio em franco declínio no mundo inteiro, que tende a ser mínimo no
futuro.
Nos Estados Unidos, o número de cartas enviadas caiu 24% nos
últimos 10 anos (2004 a 2013). O Canadá chegou a anunciar, no ano passado, o fim da figura do carteiro que entrega correspondência
na casa das pessoas. No Brasil, o volume estaria estagnado há 5 anos –são cerca
de 6,5 bilhões de cartas, cartões e telegramas por ano. A empresa, entretanto,
não explica a razão pela qual esse fenômeno existe no Brasil, contrariando a
tendência mundial.
Já o ramo de entrega de encomendas e cartas expressas é
aberto à competição privada de empresas nacionais e estrangeiras. Cerca de 60%
da renda dos Correios vêm desse serviço, do qual o Sedex é o carro-chefe. Mas a
reformulação da identidade visual não abrange o produto mais lucrativo da
empresa.
Além das propagandas que faz na TV, os Correios não
demonstram muita capacidade de inovação.
Em setembro de 2013, o Ministério das Comunicações, que
comanda os Correios,anunciou que a empresa estudava criar um serviço
público e gratuito de e-mail com criptografia, para tentar evitar espionagem
como a realizada pelo governo dos Estados Unidos. A previsão inicial era
oferecer o serviço no segundo semestre deste ano, mas os Correios informaram
que o lançamento deve ficar para 2015.
Ao Blog, a empresa afirmou que nenhum letreiro, embalagem,
papel timbrado ou uniforme será jogado fora devido à adoção da nova logomarca.
Segundo a estatal, todos esses itens serão substituídos por novos no prazo de 2
anos, na medida em que forem utilizados ou encerrarem sua vida útil.
P.S. (15h50 – 13.mai.2014): os Correios enviaram
uma mensagem ao Blog tentando explicar melhor a razão de trocar a sua marca. No
texto, não explicam o baixo valor médio previsto para reformar visualmente as
11 mil agências nem como a adaptação da frota de 16 mil veículos custará meros
R$ 106 por carro. A estatal informa apenas que tudo será feito ao longo de dois
anos. Eis a íntegra do comunicado:
“- a nova marca é resultado do novo posicionamento dos
Correios no mercado, já que a empresa está entrando em novas atividades, como
serviços postais financeiros, eletrônicos e de logística integrada e passa por
um processo de revitalização desde 2011, com recuperação da capacidade de
investimentos e da qualidade operacional.
- a maior parte da receita dos Correios advém do segmento de
livre concorrência, que engloba não apenas o Sedex, mas todos os tipos de
encomendas e os produtos de marketing direto, financeiros, e de logística,
entre outros.
- o mercado concorrencial no Brasil é altamente pulverizado e
competitivo, contando inclusive com a participação de gigantes multinacionais.
Como todas as outras empresas do setor, os Correios realizam investimento para
divulgar sua imagem e seus produtos.
- o investimento adicional de R$ 9,9 milhões em letreiros de
agências e R$ 1,7 milhão para troca da marca na frota será realizado em dois
anos e corresponde a 0,036% da receita dos Correios estimada para o período.
- o investimento da campanha publicitária equivale a 0,18% da
receita de um ano da empresa. Lembramos ainda que o investimento em publicidade
ocorre todos os anos, para divulgação institucional e de produtos e serviços.
- a queda no volume de mensagens, já sentida por operadores
postais no mundo todo, ainda não é registrada no Brasil devido ao aquecimento
da economia na última década, o que abriu novos nichos de negócio e gerou
demanda por comunicação.
- justamente para garantir a sustentabilidade da empresa
perante a tendência mundial da redução de mensagens escritas, em 2011 o governo
federal ampliou o objeto social dos Correios, que agora podem atuar em
segmentos de serviços modernos como telefonia móvel virtual e comunicação
digital, entre outros;
- como resultado, os Correios iniciam ainda neste mês os
testes para oferta de novos serviços financeiros no Banco Postal em 76
agências; até o final do ano devem iniciar a oferta de serviços de telefonia
móvel virtual e do segmento postal eletrônico (comunicação multicanal e
certificação digital) e no segundo semestre planejam iniciar as operações de
uma empresa controlada de transporte aéreo de carga.
- os fatos referentes a 2005 foram objeto de apuração
interna, que resultou em mais de 30 demissões por justa causa.
- a partir da Lei 12.490/11, os Correios também adotaram
práticas modernas de gestão corporativa, controle e transparência e obtiveram
parecer da Controladoria Geral da União (CGU) ressaltando a regularidade dos
atos de gestão relativos a 2012, além de terem sido premiados no 1º Concurso de
Boas Práticas da CGU, em 2013.''
uol notícias.
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