HMIB DO DF, MAIS UMA VEZ NA FRENTE EM PROL DAS CRIANÇAS.
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HMIB
OFERECE TRATAMENTO PARA BEBÊS COM GENITÁLIAS DE APARÊNCIA AMBÍGUA
Diagnóstico e intervenção ajudam a criança a ter qualidade de
vida
O Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB) é referência
na rede pública do Distrito Federal no atendimento ambulatorial de crianças com
distúrbio de diferenciação sexual, doença que, após o nascimento, não permite
identificar o sexo por causa da aparência ambígua da genitália.
Segundo o médico cirurgião, Wallace Acioli, diversas
condições distintas podem levar ao distúrbio de diferenciação sexual, como
mutações, alterações hormonais ou causas medicamentosas. Nestes casos ocorre má
formação da genitália dificultando a diferenciação do pênis com a vagina.
“O distúrbio além de afetar socialmente, também pode por a
vida da criança em risco quando associado com outras malformações e distúrbios
endócrinos”, explica Wallace.
O cirurgião explica que a operação é complexa e exige
conhecimento amplo da anatomia e de seguimento ambulatorial criterioso, havendo
necessidade, em alguns casos, de mais de uma cirurgia.
Para a geneticista Maria Terezinha de Oliveira Cardoso, o
diagnóstico é complexo e por isso é necessário ação de uma equipe
multidisciplinar composta por pediatras, endocrinologistas, geneticistas,
assistência social, psicólogos e cirurgiões pediátricos.
“De acordo com os resultados dos exames, avaliação da equipe
multidisciplinar e consenso familiar, defini-se qual será o tipo de intervenção
que a criança será submetida, que pode incluir terapia de reposição hormonal,
cirurgia de reconstrução da genitália ou remoção de gônadas incompatíveis”,
explica Terezinha.
Maria Terezinha acrescenta que existem também repercussões
legais. Alguns casos em que já tenha sido feito o registro os pais devem entrar
com uma ação de retificação do sexo para pedir alteração do registro civil. Por
isso, que se aconselha esperar até o diagnóstico para fazer o registro.
O psicólogo e pesquisador da área, Henrique Campagnollo
Fernandes, aponta que os casos de distúrbio de diferenciação sexual no Distrito
Federal são mais comuns do que se imagina. A partir de pesquisas do Ministério
da Saúde, entre 2005 a 2011, constatou-se uma média de dois registros por mês
da doença.
Segundo o pesquisador, o atendimento interdisciplinar é uma
tentativa de respeitar a complexidade e a pluralidade das respostas do
desenvolvimento da criança e a conexão entre a genitália, identidade de gênero
e qualidade de vida.
“Além da visão médica do geneticista e do endocrinologista, o
papel do psicólogo é fundamental nesses casos. Ele vai ponderar a real
necessidade da intervenção cirúrgica e dar o acompanhamento psicológico
necessário para o desenvolvimento da criança”, comenta Henrique.
Saiba mais:
Os pacientes diagnosticados com distúrbio de diferenciação
sexual podem contar com o apoio.
- Centro de Referência Especializado às Pessoas em Situação
de Discriminação Sexual, Religiosa e Racial, da Secretaria de Estado de
Desenvolvimento Social e Transferência de Renda. Telefone: 3224-4898;
- Defensoria Pública do Distrito Federal. Telefone:
2196-4400/2196-4404
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