Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas Você nem imagina do que eles são capazes!
11:34Brasília, Brasil e o mundo sem retoques!
Mulheres representam entre 55 e 60% das vítimas de tráfico de
pessoas, afirma ONU (ONU Brasil – 30/07/2014)
Enfatizando que a prática da escravidão ainda assola a
sociedade moderna, as Nações Unidas marcaram seu primeiro Dia
Mundial contra o Tráfico de Pessoas chamando a comunidade
internacional para acabar com a impunidade aos agressores e ajudar as vítimas,
especialmente mulheres e crianças, que continuam sendo particularmente
vulneráveis a esse comércio cruel de vidas humanas.
“A maioria das pessoas traficadas são mulheres e crianças
vulneráveis que foram levadas enganosamente a uma vida de sofrimento. Elas são
exploradas sexualmente e forçadas a trabalhar em condições análogas à
escravidão”, disse o secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, em seu discurso
para marcar essa data, celebrada mundialmente nesta quarta-feira (30).
A Organização Mundial do Trabalho (OIT) alertou que 21
milhões de homens, mulheres e crianças sofrem atualmente alguma forma de
coerção ao trabalho forçado, gerando uma receita de 150 bilhões de dólares ao
ano.
Maioria mulheres e crianças
De acordo com o Escritório da ONU para Drogas e Crime
(UNODC), a grande maioria das pessoas traficadas são mulheres, representando
entre 55 e 60% das vítimas. No entanto, dados recentes mostram que cada
vez mais as crianças, especialmente as meninas com idade inferior a 18 anos,
estão sendo traficadas. Os fins do tráfico de pessoas variam de trabalho
forçado no campo, fábricas e bordéis a diversas formas de exploração sexual,
casamento forçado, remoção de órgãos e outras práticas contemporâneas
semelhantes à escravidão.
Como medidas para erradicar esse prática “insensível”, Ban
sublinhou a necessidade de ir mais além do corte às linhas de financiamento e
apreensão dos bens dos traficantes. “A aplicação da lei, a cooperação
transfronteiriça e o intercâmbio de informação poder ser eficazes, mas para
terminar o tráfico humano também é necessário atacar as causas”, disse o chefe
da ONU, ressaltando que medidas de desenvolvimento que lidem com a pobreza
extrema, a desigualdade e a falta de oportunidades e educação diminuem as
vulnerabilidades que os traficantes exploram em suas vítimas.
Ban Ki-moon pediu aos países que ainda não o fizeram, para
ratificar e implementar integralmente a Convenção das Nações Unidas contra
o Crime Organizado Transnacional e seu Protocolo sobre o Tráfico de
Pessoas, enfatizando a necessidade de apoiar o Fundo Fiduciário Voluntário para
as Vítimas de Tráfico de Pessoas, criado pela Assembleia Geral da ONU em 2010,
em linha com o Plano Global de Ação para combater o tráfico.
Responsabilidade dos governos
Por sua parte, a Alta Comissária da ONU para os Direitos
Humanos, Navi Pillay, destacou a necessidade de expor os traficantes,
salvaguardar as crianças, mulheres e homens vulneráveis e proteger as vítimas
– pessoas que foram forçadas à servidão e muitas vezes expostas a abusos.
“Podem ser jovens mulheres que foram escravizadas como prostitutas ou abusadas como trabalhadoras domésticos sem salário. Meninas e meninos que foram forçadas a mendigar e roubar na rua, ou explorados em trabalhados perigosos e árduos. Homens que foram presos em estado de servidão perpétua, em condições que nenhum ser humano deveria ter de enfrentar”, disse ela.
“Podem ser jovens mulheres que foram escravizadas como prostitutas ou abusadas como trabalhadoras domésticos sem salário. Meninas e meninos que foram forçadas a mendigar e roubar na rua, ou explorados em trabalhados perigosos e árduos. Homens que foram presos em estado de servidão perpétua, em condições que nenhum ser humano deveria ter de enfrentar”, disse ela.
A chefe de direitos humanos da ONU destacou que todos os
governos têm a responsabilidade de combater o tráfico de pessoas, explicando
que nos países fornecedores, as vítimas frequentemente se tornam vulneráveis
por conta da discriminação baseada na origem étnica ou de gênero. Por outro
lado, nos países de acolhimento, o tráfico é alimentado pela demanda por bens e
serviços derivados da exploração, como a prostituição ou produtos baratos
feitos por pessoas que não recebem um salário digno.
“Nós devemos a essas pessoas respeito, cuidado e reparação –
na medida em que seja possível recuperar-se de tais experiências e ser
compensado por esses erros”, disse Pillay.
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