QUEM TEM DINHEIRO? SAIBA QUEM SÃO OS ENDINHEIRADOS QUE VÃO CONCORRER AS ELEIÇÕES NO DF.
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ELEIÇÕES NO
DF E A TURMA DOS ENDINHEIRADOS QUE CONCORREM BEM POR CIMA, A UMA DAS VAGAS.
Riqueza na mão de 13 candidatos.
O seleto
grupo tem quase 80% dos R$ 2,5 milhões arrecadados pelos postulantes à Câmara
Federal.
Os quatro mais ricos são políticos experientes.
Outros conhecidos declararam valores mais comedidos
Laerte Bessa, terceiro com mais dinheiro, tenta voltar à
Câmara. O ex-governador Rogério Rosso é o segundo da lista de arrecadadores e
Alberto Fraga, do DEM, levantou, até agora, mais de R$ 400 mil. ...
A maior parte dinheiro arrecadado até agora na campanha para
uma das oito vagas na Câmara dos Deputados está nas mãos de poucos candidatos.
Levantamento feito pelo Correio nos dados da primeira etapa das prestações de
contas, entregue no início do mês à Justiça Eleitoral, indica que 77% dos
recursos levantados estão concentrados nas campanhas de apenas 13 concorrentes.
Nada menos do que R$ 1,94 milhão, do total de R$ 2,5 milhões, foi declarado por
postulantes que receberam valores de mais de R$ 50 mil.
O maior arrecadador até agora foi o coronel aposentado
Alberto Fraga, presidente regional do DEM, que tenta voltar à Câmara Federal,
onde ocupou dois mandatos consecutivos (entre 2003 e 2011) — na sucessão
passada, ele foi candidato ao Senado e não se elegeu. Fraga conseguiu nada
menos do que R$ 424,6 mil. O maior doador foi a empresa UTC Engenharia, com R$
419 mil em valores direcionados para o comitê regional do Democratas e
repassados ao candidato. A identificação dos doadores dos comitês, aliás, é uma
novidade nesta eleição. O Ministério Público Eleitoral (MPE) tem dito que isso
vai servir para trazer mais transparência à sucessão, demonstrando claramente
todos os doadores.
O segundo que mais recebeu doações foi o ex-governador
Rogério Rosso (PSD), eleito pelos distritais para um mandato de menos de um ano
após a crise institucional gerada pela Operação Caixa de Pandora. Ele também
foi candidato a deputado federal em 2006, mas não se elegeu. O grande
incentivador da tentativa de Rosso é o próprio sogro, Roberto Curi, que
investiu na campanha nada menos do que R$ 300 mil do total de R$ 364 mil
arrecadados até agora pelo presidente regional do PSD.
O terceiro no ranking é o delegado aposentado Laerte Bessa
(PR), ex-diretor geral da Polícia Civil do DF. Ele tenta voltar à Câmara dos
Deputados, casa onde foi parlamentar entre 2007 e 2010. A campanha do policial
arrecadou R$ 200 mil — valor totalmente doado pelo diretório nacional de seu
partido.
O quarto com mais dinheiro é o ex-secretário de Meio Ambiente do GDF
Eduardo Brandão (PV), que recebeu R$ 165 mil, tendo sido R$ 80 mil do próprio
bolso.
O quinto na lista é um novato: Jaime Recena (PSB), ex-presidente da
Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do DF. A empresa Arosuco Aromas e
Sucos Ltda doou R$ 119 mil do total de R$ 141,7 mil arrecadados até agora pela
campanha do empresário.
Fechando a relação dos seis principais arrecadadores está o
deputado distrital Alírio Neto (PEN), que está na terceira legislatura local e
agora tenta galgar um degrau a mais na escada legislativa. Ele obteve R$ 135,7
mil até agora.
O grande doador foi a Galvão Engenharia S/A, que dedicou R$ 100
mil à campanha do deputado.
O dinheiro foi destinado para a direção distrital
do PEN, do qual Alírio é o presidente, e repassada ao candidato.
Completando a
sequência dos 13 que mais conseguiram dinheiro estão Rafael Barbosa (PT), R$
121,5 mil; Juraci Carvalho (PTB), R$ 99 mil; Ronaldo Fonseca (PROS), 74 mil;
Rôney Nemer (PMDB), R$ 70 mil; Érika Kokay (PT), 67,4 mil; Marcos Coelho (PSB),
61 mil; e Izalci Lucas (PSDB), 50 mil.
É curioso notar que candidatos conhecidos declararam valores
bem baixos. A distrital Eliana Pedrosa (PPS) anunciou receita de apenas R$ 12,5
mil, enquanto o suplente de deputado federal Augusto Carvalho (Solidariedade)
apontou R$ 12 mil na conta. O presidente regional do PT, Roberto Policarpo, que
tenta a reeleição, entregou declaração constando apenas R$ 2 mil em
arrecadação. Chama a atenção ainda o fato de a deputada federal Jaqueline Roriz
(PMN), que quer voltar à Câmara no ano que vem, disse não ter arrecadado sequer
R$ 1 real até agora. Ela, aliás, faz parte do grupo de 68 candidatos que
declararam arrecadação zero.
Do total de 133 candidatos à Câmara dos Deputados este ano
(número fechado até 2 de julho), 118 entregaram a primeira parcial da prestação
de contas que é obrigatória (ver O que diz a lei). O número, aliás, foi muito
inferior aos candidatos ao governo, onde os oito que disputam o Palácio do
Buriti fizeram as declarações (confira detalhes no quadro). Ao Senado, os oito
concorrentes também cumpriram a obrigação. Na Câmara Legislativa, das 1.021
declarações esperadas, foram entregues 875.
O que diz a lei
A legislação eleitoral define como obrigatória a prestação de
contas eleitorais para candidatos e comitês financeiros. A Resolução 23.406,
publicada este ano pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), trata da arrecadação
e gastos de recursos por partidos políticos, candidatos e comitês financeiros e
ainda sobre a prestação de contas. É considerada grave omissão de informação a
não apresentação do relatório parcial e isso pode interferir na regularidade
das contas finais. Além disso, é exigida fidelidade ao que de fato tiver
entrado e saído dos cofres até então. O artigo 2º do artigo 36 diz que “a
prestação de contas parcial que não corresponda à efetiva movimentação de
recursos ocorrida até a data da sua entrega, caracteriza infração grave, a ser
apurada no momento do julgamento da prestação de contas final”. As contas
julgadas irregulares pela Justiça Eleitoral tornam o candidato inelegível, pois
ele precisa do certificado de quitação de contas para postular um cargo, e isso
afeta até mesmo o partido, que é penalizado com a suspensão do recebimento de
recursos do fundo partidário. As prestações parciais de contas de campanha são
feitas de 28 de julho a 2 de agosto (1ª) e de 28 de agosto a 2 de setembro
(2ª). As datas para apresentação dos relatórios finais é 4 de novembro, para o
primeiro turno, e 25 de novembro, para o segundo.
Fonte: Por ALMIRO MARCOS, Correio Braziliense
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