HOSPITAL PARTICULAR DE TAGUATINGA VAI PAGAR INDENIZAÇÃO A PACIENTE DO MÉDICO CARON, QUE MORREU APÓS CIRURGIA
14:30Carlos Alberto-Há 40 anos vivendo Brasília!
HOSPITAL PARTICULAR DE TAGUATINGA PAGA R$ 429 MIL POR ERRO MÉDICO DE
CARON
Jovem foi morta durante lipoaspiração realizada pelo ex-médico.
Definição chega após mais de uma década de espera por parte dos parentes.
Após 12 anos de espera, a família
de uma jovem de 26 anos morta depois de fazer lipoaspiração em um hospital
particular de Taguatinga receberá indenização. A unidade de saúde fechou um
acordo judicial e pagará R$ 429 mil aos parentes. Em 2002, Grasiela Murta Oliveira
passou pelo procedimento, mas teve complicações. Ela recebeu alta e voltou para
casa, mas, uma semana depois, precisou ser internada novamente por causa de
dores. Tratava-se de uma grave infecção. O médico responsável pela cirurgia,
Marcelo Caron, foi condenado em 2009 a 30 anos de prisão pela morte de duas
pacientes, entre elas, Grasiela.
A família de Grasiela entrou na
Justiça contra o Hospital Santa Marta e Caron pedindo reparação por danos
morais. A sentença saiu em 2005, e os réus, juntos, foram condenados a pagar R$
200 mil. A juíza Theresa Barbosa entendeu que “a obrigação solidária de reparar
o dano moral decorrente da morte se impõe a ambos os réus”. Para a decisão, ela
usou como base uma apelação cível de 2004 que “configura responsabilidade solidária
a relação entre a entidade hospitalar e o médico que presta o atendimento,
pois, ao fornecer serviços, na pessoa do profissional, o hospital atua em seu
próprio interesse econômico”.
A unidade de saúde recorreu da
decisão, tentou todos os recursos possíveis, mas perdeu. O hospital e a família
de Grasiela, então, fizeram um acordo. Do encontro realizado em 19 de novembro,
ficou acertado que o Santa Marta pagaria a indenização de R$ 429 mil em quatro
parcelas — valor corrigido após nove anos. A primeira foi depositada no mês
passado. “A nossa ideia não é extorquir ninguém, mas a justiça precisava ser
feita. A indenização vem porque é necessária, para a sociedade ver. A decisão
encerra de vez essa história, mas a saudade não deixa de existir”, comentou a
irmã da vítima, a servidora pública Patrícia Murta Oliveira, 42 anos, moradora
do Guará.
Patrícia conta que, para a mãe,
Teresa Carlota Murta de Oliveira, o acordo foi uma vitória. “Ela não imaginou
que veria isso em vida. Doze anos se passaram, e a gente sabe que essas coisas
demoram. O que importa é que as pessoas também foram responsáveis e aceitaram
um acordo.” A servidora pública lembra que a irmã começou a sentir dores poucas
horas após chegar em casa no dia seguinte à cirurgia. “Ligamos para o médico
porque ela estava com febre, mas ele disse que era normal e que não havia
necessidade de levá-la ao hospital. Ele também falou que, se nós a levássemos,
ele não se responsabilizaria por mais nada”, contou. Uma semana depois, no
entanto, a família levou Grasiela a uma unidade de saúde na Asa Sul. “Ela foi
internada e morreu em 14 de fevereiro.”
CORREIO BRAZILIENSE.
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