"DANEM-SE" COM SEUS ESTÁDIOS DIZ FIFA SOBRE PREJUÍZOS DO BRASIL COM A COPA.
20:39Brasília, Brasil e o mundo sem retoques!
“PROBLEMA É
DE VOCÊS”, DIZ FIFA SOBRE ARENAS VAZIAS APÓS A COPA...
Pelo menos
seis dos 12 estádios estão com sérias dificuldades para se financiar, fecharam
ou foram pegos no meio de escândalos de corrupção
Menos de um
ano depois da Copa do Mundo que rendeu um lucro recorde para a Fifa, a entidade
não quer nem ouvir falar do Brasil. Nesta semana, a Fifa reuniu a sua cúpula em
Zurique e, na agenda, apenas os Mundial de 2018, 2022 e 2026. Questionados pela
reportagem se haviam discutido os estádios vazios do Brasil, os cartolas foram
claros: “Esse problema é de vocês”.
Para a
Fifa, o Brasil de fato garantiu a “Copa das Copas”. A renda e os lucros bateram
todos os recordes, como o jornal Estado de S. Paulo revelou na quinta-feira. No
total, a receita chegou a quase R$ 16 bilhões e os lucros superaram a marca de
R$ 8,3 bilhões. A Copa foi o evento esportivo mais lucrativo da história.

Para a
Fifa, porém, esse é agora um problema do Brasil. Walter de Gregório, diretor de
Comunicações da entidade e que percorreu o país antes da Copa para convencer a
todos de que o Mundial era um grande negócio, agora silencia quando questionado
sobre o que fazer com os estádios vazios. “Não tratamos de Brasil”, afirmou.

“A Copa de
2014 é passado”, declarou um outro dirigente na condição de anonimato. Segundo
cálculos de diversos governos estaduais, porém, a realidade é que a Copa do
Brasil vai perseguir as contas públicas ainda por anos.
Em
Salvador, a empresa que administra o estádio, a OAS, teve suas ações bloqueadas
pela Justiça na Operação Lava Jato e pode ser obrigada a se desfazer do
investimento na arena.
Em Brasília, a falta de jogos no estádio Mané Garrincha
levou o governo do Distrito Federal a levar parte de sua burocracia para ocupar
o local. Hoje, seu buraco é de mais de R$ 5 milhões. Nem o Maracanã opera com
lucros.

Protestos
Se a
situação dos estádios gera uma saia-justa na sede da Fifa, é com um sorriso de
satisfação que os cartolas comentam os protestos que voltaram a tomar conta das
cidades do país. “Então? Não era contra a Copa do Mundo que as pessoas
protestavam?”, questionou um deles, soltando uma gargalhada.
A Fifa
viveu seu momento mais difícil entre 2013 e 2014 diante dos protestos no Brasil
contra a Copa. O impacto das manifestações foi sentido em diversos países e
governos europeus optaram por não se candidatar para sediar grandes eventos
esportivos, temendo a reação popular. No Comitê Olímpico Internacional (COI),
uma reforma foi implementada para tornar os megaeventos mais transparentes.
Mas na
Fifa, o sentimento é em parte de revanche e, nos corredores, os ataques contra
o país que garantiu a maior renda da história da entidade são explícitos. “A
realidade é que o problema é do Brasil, não do futebol”, disse um dirigente
europeu. “Peguei outro dia o jornal e pensei que estávamos de volta na Copa”,
brincou Walter de Gregório em relação às fotos que foram capa dos jornais
europeus com milhares de pessoas no Rio de Janeiro e São Paulo protestando.
Um dos
principais colaboradores de Blatter, também na condição de anonimato, conta que
não passa sem ser notada a debilidade da presidente Dilma Rousseff. “Ela fica
até quando no poder?”, questionou, irônico.
Fonte: Época
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