FRIBOI E HENRIQUE MEIRELES: UMA SÓ UNHA, UMA SÓ CARNE! A MAIOR DOADORA EM CAMPANHAS POLÍTICAS E COMPRADORA DE SILÊNCIO NA MÍDIA NACIONAL.
10:34Brasília, Brasil e o mundo sem retoques!
MEIRELLES TENTA COMPRAR SILÊNCIO DA MÍDIA NO CASO DA FRIBOI.
É impressionante a bilionária campanha publicitária que o
grupo JBS, maior exportador de carne bovina do mundo e dono da marca Friboi,
vem fazendo na imprensa escrita e na televisão, inserindo anúncios em espaços e
horários nobres e pagando cachês altíssimos a artistas “globais” consagrados
como Tony Ramos, Fátima Bernardes e Roberto Carlos, que inclusive é vegetariano
há décadas.
O grupo JBS, de Goiás, pertence aos irmãos Batista e era
comandado por José Batista Júnior, que conseguiu apoio do BNDES a partir do
primeiro governo Lula e alçou o frigorífico JBS-Friboi ao topo do mercado
de carnes do país e do mundo.
Em março de 2012, preocupados com a crescente
responsabilidade causada pela expansão dos negócios, os irmãos Batista chamaram
o conterrâneo Henrique Meirelles para assumir a presidência do Conselho de
Administração da J&F, holding que controla empresas e marcas famosas como
JBS Friboi, Banco Original, Swift, Doriana, MassaLeve, Lebon, Pilgrim’s, Seara,
Vigor, Rigamonti, Fiesta e Flora. Uma das missões de Meirelles era traçar a
estratégia mundial do grupo, para não perder mercado.
Menos de um ano depois, surpreendentemente José Batista
Júnior deixou de ser o principal sócio da holding J&F, tendo vendido sua
participação para os irmãos Joesley e Wesley, que tiveram de manter Meirelles à
frente do Conselho, porque hoje a credibilidade do grupo está diretamente
associada à atuação do ex-presidente do Banco Central e do BankBoston, que está
cada vez mais rico e se tornou também acionista do Itaú.
CAMPANHA BILIONÁRIA
No comando da holding J&F, Meirelles determinou o
lançamento da espalhafatosa campanha publicitária, que começou no início do ano
passado e parece não ter mais fim, para satisfação dos barões da mídia impressa
e televisionada. O objetivo da propaganda em massa não é comercial; pelo
contrário, tem apenas a finalidade de amansar a grande mídia, para desestimular
reportagens investigativas que possam revelar as entranhas desse surpreendente
sucesso empresarial movido pela generosidade do BNDES, que na gestão petista
emprestou à JBS R$ 2,5 bilhões (diretamente ou por meio de outros bancos) e
comprou R$ 8,5 bilhões em ações do grupo, que equivalem a 24,6% de seu capital.
Além de atuar no controle da mídia, Meirelles também
transformou a holding J&F na maior patrocinadora da política nacional.
Oportuna reportagem de Leandro Prazeres, no site UOL, revela que o generoso
grupo já doou a candidatos e partidos cerca de 18,5% de tudo o que tomou
emprestado do BNDES entre 2005 e 2014, com PT, PMDB e PSDB aparecendo como os
mais beneficiados.
Desde 2006, o grupo já figurava como um dos maiores doadores
de campanhas políticas do Brasil. Meirelles só fez aumentar o cachê. Em 2010,
por exemplo, o JBS ficou em terceiro lugar, com R$ 63 milhões. Mas em 2014, sob
comando dele, o grupo passou a ser o maior doador, com R$ 366,8 milhões em
patrocínio eleitoral, seguido da construtora Odebrecht , que doou R$ 111
milhões, e do Bradesco, com cerca de R$ 100 milhões.
O repórter Leandro Prazeres mostrou que o comprometimento da J&F
com doações a políticos é tão grande que, somente para a eleição de 2014, a
empresa doou 39,56% de todo o seu lucro líquido registrado em 2013, que foi de
R$ 926,9 milhões. É como se, a cada R$ 100 de lucro, a JBS doasse R$ 39,5 para
os caixas de campanhas de partidos e candidatos. Da mesma forma, a Odebrecht,
segunda colocada no ranking de doações neste ano, doou 22% de seu lucro líquido
em 2013, que foi de R$ 490,7 milhões.
É generosidade demais, motivando justificadas suspeitas de
sonegações e graves irregularidades contábeis. Como se sabe, o lucro líquido é
a diferença entre o que a empresa faturou e os seus custos operacionais
(salários, tributos, impostos etc).
E a conclusão é óbvia – a J&F comprou a grande imprensa,
mas esqueceu a internet, e o surgimento de um escândalo será inevitável. O
assunto é intrigante, apaixonante e desafiante, logo, logo voltaremos a
abordá-lo.
Carlos Newton
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