EDUARDO CAMPOS E O JATINHO UM ANO DEPOIS. MISTÉRIOS!
13:30Brasília, Brasil e o mundo sem retoques!EDUARDO CAMPOS, JÂNIO DE FREITAS E O JATO SILENCIOSO UM ANO DEPOIS.
É com jato, também, que se prova a permanência dos acobertamentos e da impunidade que o otimismo, ou a ingenuidade, supõe em extinção como obra da Lava Jato. Não por acaso, nos ingredientes da permanência assegurada consta a presença, neste caso afinal discreta, da própria Lava Jato.
Ao
completar-se, na próxima quinta-feira, um ano da morte de Eduardo Campos, faz
um ano que as famílias cujas casas foram atingidas pelo jato esperam as devidas
atenções e, sobre todas, a mais necessária delas: a indenização para remediar
as perdas do que não lhes chegou de graça.
A juíza do
caso, Natália Monti, de Santos, disse à Folha que a "obscuridade" em
torno do proprietário do jato "torna praticamente inviável a
reparação".
Estendeu-se
no tempo, portanto, e passou ao processo levado à Justiça, a deliberada
mixórdia em torno da propriedade do avião, quando do acidente. Entre as meias
versões, a alegada compra do jato por uma borracharia que talvez só pudesse ter
uma bicicleta, e que afinal fez a compra mas não tinha o avião, e por aí afora.
Não há
terceira hipótese: ou o jato não mudou de propriedade ou houve uma venda. Em
qualquer caso, há um registro seu na Agência Nacional de Aviação Civil, a Anac.
Esse jato, que não era novo, decolou e pousou em aeroportos, logo, tinha a
licença que legitimava o seu prefixo, inscrito na fuselagem. Como, para ter
essa licença renovável a períodos determinados, é necessária a identificação da
propriedade, parte do que é obscuro se iluminaria aí.
Se o jato
foi vendido, alguém recebeu e alguém pagou na transação. A partir daí, seria só
um rastreamento, simples e rápido, para chegar ao novo dono, fosse ou não o
pagador. Isso, se a fiscalização da Anac não estivesse acompanhando, como deve,
a regularidade do jato.
O nível de
competência que a Polícia Federal alcançou não admite a hipótese de
dificuldade, por menor que fosse, para identificar a propriedade do avião. A
Anac, por mais insuficiente que seja, a ponto de estar há longo tempo sem
deliberações por falta de dois diretores para o quorum decisório, tampouco
teria problema para levantar o histórico do avião.
Ou a
identificação foi deixada de lado por pressões injustificáveis, ou está feita e
silenciada sob pressão. Há acobertamento.
Um
candidato à Presidência da República dispondo de um avião que não pudesse ser
identificado já seria um fato bastante brasileiro. Mas o que está em questão
não é isso. É o direito legítimo de reparação devido a pessoas que dela têm
necessidade, e veem a proteção ser dada, não ao seu direito, mas a quem dispõe
de influência para negá-lo.
Um dos
vazamentos feitos pela Lava Jato, lá atrás, ligou Eduardo Campos a uma das
acusações. Desde então, os cruzados da operação nem inocentaram o
ex-governador, nem trouxeram outro esclarecimento. Mas também aí o jato ficou
de fora.
ENFIM
A adoção do
panelaço pinochetista não proporciona só uma sonoridade mais popular à pregação
do impeachment de Dilma. Trouxe também uma experiência nova a muitas dondocas:
puseram a mão em panela.
11/08/2015
Fonte: Folha de SP
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