PMDB TAMBÉM LEVOU SUA GRANA NO BOLO DA CORRUPÇÃO DIZ PROCURADORIA. "APENAS" US$ 15,5 MILHÕES.
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PROCURADORIA
DIZ QUE PMDB FOI DESTINATÁRIO DE PROPINA DE US$ 15,5 MILHÕES.
O Ministério Público Federal afirma em denúncia apresentada
à Justiça Federal, no Paraná, que o PMDB foi destinatário de propina de US$
15,5 milhões, dos quais efetivamente US$ 10 milhões teriam sido repassados para
o mais importante partido da base do governo Dilma Rousseff. Os US$ 15,5
milhões restantes seriam divididos entre dirigentes da Petrobras, área
Internacional, e lobistas, em 2009.
A propina total - US$ 31 milhões - teria saído de contratos
de US$ 1,8 bilhão, de afretamento de navio-sonda da Petrobras. Na época, a
diretoria Internacional da estatal era conduzida por Jorge Luiz Zelada, preso
na Operação Lava Jato por suspeita corrupção, evasão de divisas e lavagem de
dinheiro.
Segundo a denúncia, a propina de US$ 31 milhões foi dividida
em dois contratos, no valor de US$ 15,5 milhões, cada. No entanto, brigas
societárias teriam levado à redução do montante acertado para US$ 20,8 milhões.
"O pagamento de vantagem indevida destinada ao partido
PMDB ocorreu por intermédio do lobista João Augusto Rezende Henriques mediante
um segundo contrato de Comission Agreement também no valor de U$ 15,5 milhões,
que foi assinado na mesmo ano do primeiro, entre a sociedade Valencia Drilling
Corporation (Marshall Islands), empresa subsidiária do Grupo TMT e uma offshore
indicada por João Augusto Rezende Henriques", aponta a Procuradoria na denúncia
formal contra Zelada e mais 5 investigados.
De acordo com a Procuradoria, João Henriques é o lobista que
agia em nome do PMDB. A denúncia, subscrita por 9 procuradores, destaca que
Zelada foi indicado ao cargo 'pelos deputados federais do PMDB de Minas
Gerais'. O ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, em
delação premiada, afirmou que a diretoria Internacional era 'área vinculada ao
PMDB'.
O Ministério Público Federal diz que outro acusado, Raul
Schmidt Felippe Junior, suposto operador de propinas e 'sócio' de Zelada,
apresentou o lobista do PMDB a Hamylton Padilha, representante da Vantage
Drilling, de propriedade da chinesa Taiwan Maritime Transportation (TMT) e
proprietária do navio Titanium Explorer. Segundo a denúncia tiveram início as
'tratativas relacionadas ao pagamento da propina relativa à parte do PMDB'.
"João Augusto Rezende Henriques, lobista ligado ao
PMDB, atuou como preposto de Jorge Luiz Zelada, ficando responsável por
representar os interesses do PMDB e de Jorge Luiz Zelada no recebimento da
propina", aponta a Procuradoria.
O executivo chinês Nobu Su, presidente da chinesa TMT,
proprietária do navio afretado pela Vantage à Petrobras, ficou responsável pelo
pagamento da propina, acusa a Procuradoria. "Os denunciados Hamylton
Padilha e Nobu Su, de modo consciente e voluntário, ofereceram e prometeram
vantagem indevida no valor total de U$ 31 milhões ao denunciado Jorge Luiz
Zelada, então diretor internacional da Petrobras, e ao denunciado Eduardo Musa,
então gerente da área Internacional da Petrobras, para determiná-los a
praticar, omitir e retardar ato de ofício consistente em favorecer a empresa
Vantage Drilling Corporation nas negociações para a contratação do afretamento
do navio-sonda Titanium Explorer pela Petrobras, ao custo de USD
1.816.000,008."
De acordo com o Ministério Público Federal, "o valor
total da vantagem indevida incluía não só a propina paga ao diretor Jorge Luiz
Zelada e ao gerente Eduardo Musa, mas também os custos operacionais da
transação e a parte destinada ao Partido Político PMDB".
Segundo a Procuradoria, João Henriques tinha a missão de
realizar 'o pagamento da vantagem indevida em favor do PMDB'. Hamylton Padilha,
por sua vez, se encarregaria de pagar a parte da propina destinada a Eduardo Musa
e a Raul Schmidt, que transferiria a parte da propina devida a Zelada.
A denúncia revela que os detalhes da propina também para o
PMDB teriam sido acertados em reunião no Rio de Janeiro, no dia 20 de dezembro
de 2008, entre Nobu Su, Hamylton Padilha e João Henriques. O valor total da
propina para os então dirigentes da Petrobras e para o partido, diz a
Procuradoria, seria de US$ 31 milhões.
Na ocasião, segundo a Procuradoria, o empresário chinês, o
lobista do PMDB e o representante da Vantage Drilling 'acordaram que o
pagamento da propina seria feito por intermédio da simulação da celebração de
dois contratos de Brokerage and Comission Agreement, os quais juntos
totalizaram U$ 31 milhões".
O PMDB tem reiteradamente negado recebimento de recursos
ilícitos e envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras.
Folha de São Paulo.
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