RENAN CALHEIROS PROPÕE AGENDA POSITIVA AO GOVERNO DILMA.
13:45Brasília, Brasil e o mundo sem retoques!
GOVERNO ACEITA AGENDA PROPOSTA POR
RENAN PARA CONTER AVANÇO DA CRISE
BRASÍLIA -
Para tentar superar a crise política, a presidente Dilma Rousseff vai encampar
o pacote de propostas apresentado pelo presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), para reeguer a economia. Para o Palácio do Planalto,
a pauta é a chance que o Executivo tem para montar uma “agenda positiva” e
tentar desviar o foco das ameaças de impeachment.
O pacote foi
repassado ontem à tarde por Renan e aliados aos ministros Joaquim Levy
(Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento), Edinho Silva (Comunicação Social) e
Eduardo Braga (Minas e Energia). Ao todo, são 27 propostas legislativas
divididas em três grandes eixos: a melhoria da proteção social, do equilíbrio
fiscal e do ambiente de negócios.
De acordo
com senadores da base, a sinalização de apoio às iniciativas ocorreu por parte
de Dilma em reunião com líderes partidários do Senado, antes de receber líderes
e parlamentares da base aliada para um jantar no Palácio do Alvorada,
residência oficial da Presidência. “Aproveitamos o encontro e a comunicamos das
propostas. Ela disse que já havia recebido o material de Michel Temer (vice-presidente
e articulador político do governo) e que gostou. Ela até marcou um
encontro na quinta-feira para dar continuidade nas conversas”, afirmou ao Estado o
líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE).
O fato de a
agenda ter sido sugerida por Renan dá protagonismo ao presidente do Senado num
momento em que o governo precisa dele para rejeitar a chamada “pauta-bomba” de
projetos com aumento de gastos, isolando o presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ). Renan também é hoje considerado no Planalto como “fiel da balança”
para segurar eventual processo de impeachment de Dilma no Senado.
O presidente
do Senado estava afastado do Planalto desde março, na esteira do seu
envolvimento na Operação Lava Jato. Um ministro disse ao Estado que
a agenda apresentada por Renan ajuda o governo a preparar o pós-ajuste. Em mais
de uma ocasião, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dirigentes do PT
pediram a Dilma que virasse a página do ajuste fiscal e começasse a falar do
que virá depois.
No jantar,
promovido para reaproximar o Planalto do Senado, Dilma recebeu na segunda, 6, à
noite no Alvorada 43 senadores e líderes da base do Senado e 21 ministros. No encontro,
que durou cerca de quatro horas, a presidente apelou aos senadores para
ajudá-la na votação de propostas de interesse do País.
Dilma não
falou diretamente da atuação de Cunha, que rompeu com o governo há três semanas
após ser citado em delação premiada na Lava Jato e impôs na semana passada
duras derrotas ao Planalto. Renan não foi ao encontro – ele esteve com Dilma na
quinta-feira passada.
“Ela pediu
que os senadores ajudassem a Nação brasileira a superar este momento difícil,
que prejudica a todos, não apenas ao governo”, contou o senador José Pimentel
(PT-CE) após o jantar.
Agenda. Entre as medidas apresentadas
no pacote de Renan está a aprovação de uma proposta que vincula a política de
desonerações da folha de pagamento de empresas ao cumprimento de metas ou de
preservação de emprego. Essa foi uma das medidas que mais agradaram ao Planalto.
Auxiliares da presidente dizem temer que o projeto feito para rever as
desonerações da folha das empresas, última etapa do ajuste fiscal, aumente as
demissões.
Os projetos
sugeridos também preveem um novo modelo de financiamento do Sistema Público de
Saúde (SUS), além da realização de duas reformas tributárias: uma envolvendo o
ICMS e outra do PIS/Cofins.
“Vamos
apreciar todos os pontos do ajuste dentro dessa lógica da agenda”, afirmou
Renan.
Fonte: Estadão
0 comentários