MINISTRO DIZ QUE PRESTAÇÃO DE CONTAS DE CANDIDATOS NO TSE SEMPRE FOI BALELA!
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FISCALIZAÇÃO
DE CONTAS PELO TSE ERA UM 'FAZ DE CONTAS', DIZ GILMAR MENDES
Gilmar Mendes(o terceiro) foi relator da prestação de contas da campanha à reeleição da
presidente Dilma Rousseff
Durante palestra em um seminário sobre reforma política,
Gilmar Mendes afirmou nesta quinta que o sistema de fiscalização de contas do
TSE é falho /
Durante palestra em um seminário sobre reforma política,
Gilmar Mendes afirmou nesta quinta que o sistema de fiscalização de contas do
TSE é falho
Foto: Pedro França/Agência Senado
O ministro Gilmar Mendes, vice-presidente do TSE (Tribunal
Superior Eleitoral) e integrante do Supremo Tribunal Federal, defendeu nesta
quinta-feira (9) uma reformulação do sistema de fiscalização de contas de
candidatos pela Justiça Eleitoral para evitar que continue representando um
"mundo de faz de contas".
Mendes foi relator da prestação de contas da campanha à
reeleição da presidente Dilma Rousseff. O balanço da petista foi aprovado no
final do ano passado, por unanimidade, mas com ressalvas.
O ministro, no entanto, tem acionado a Procuradoria-Geral da
República, a Polícia Federal e outros órgãos de fiscalização para apurarem
indícios de irregularidades em empresas que prestaram serviços para a campanha
petista.
Os advogados da campanha afirmam que não houve
irregularidades e acusam o ministro de extrapolar suas competências, reabrindo
um processo já encerrado.
Durante palestra em um seminário sobre reforma política,
Gilmar Mendes afirmou nesta quinta que o sistema de fiscalização de contas do
TSE é falho.
"Se havia um setor no TSE que era um faz de contas, era
o setor de contas. Juntavam-se papéis, mas isso não por culpa do setor, mas
pelas dificuldades. Imaginem, temos oito servidores no setor de contas. Não
devia revelar, mas estou revelando porque vamos mudar isso", disse.
"A Justiça Eleitoral não pode ter uma conduta nesse tipo
de matéria que nem São Jorge num prostíbulo. Não temos que ficar contemplativos
diante desse quadro e a mudança precisa ocorrer. Aqui, precisamos melhor a
fiscalização. Do contrário, isto continua um mundo de faz de contas",
completou.
O ministro disse que a preocupação central tem sido o
financiamento de campanhas, enquanto não se tem olhado com lupa a utilização da
campanha para irregularidades.
"Todos nós falamos da sustentação da campanha e como ela
se financia, mas nós não cuidamos que há fraude dentro da campanha, empresas
fantasmas dentro da campanha que não temos capacidade de identificar",
afirmou.
SUSPEITA
Gilmar Mendes votou a colocar sob suspeita fornecedoras da
campanha petista.
"[São] Gráficas que não têm impressora e que não têm
gráfica. Empresas que dão nota... empresa de São Bernardo [do Campo, na região
metropolitana de SP] que vai montar palanque em Manaus (AM). Segunda maior
receptora de pagamento na campanha, duas empresas de uma campanha que custou R$
360 milhões, duas empresas de difícil existência efetiva, tiraram R$ 50
milhões. O dinheiro vai para algum lugar, vai para outro lugar, mas certamente
não está sendo aplicado. A palavra é dura, mas temos que mudar. Estou fazendo
esse reconhecimento porque a gente tem que saber que é assim para mudar",
disse.
Mendes já anunciou que vai enviar um novo pedido reiterando
que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, investigue a empresa a VTPB
Serviços Gráficos e Mídia Exterior Ltda., que recebeu R$ 22,9 milhões da
campanha de Dilma à Presidência por publicidade e materiais impressos.
Segundo ele, há indícios de que a gráfica seria uma empresa
de fachada e sem estrutura para oferecer os serviços contratados.
A VTPB nega
irregularidades.
Da
Folhapress
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