TRÁFICO DE PESSOAS AINDA ASSUSTA E É DEBATIDO NO PARÁ
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O tráfico de pessoas ainda é um assunto que confunde e
assusta a sociedade. Sem conhecer muito bem suas características e entender seu
funcionamento, o crime é velado e difícil de combater. No Pará, as dificuldades
geográficas e o desconhecimento do assunto agravam o problema, protegendo os
criminosos.
O enfrentamento ao tráfico de pessoas é feito por uma rede
que passa pelas esferas municipais, estaduais e federais e é formada por um
Comitê Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas que tem como representantes
a Justiça e Segurança Pública, Embaixadas e Consulados, Postos Avançados de
Atendimento, Rede de atendimento sócio assistencial do município, ONGs e
instituições de ensino.
Para efetivar a Política Estadual de Enfrentamento ao Tráfico
de Pessoas, fortalecendo essa rede de atendimento e enfrentamento do problema,
a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (SEJUDH) vai realizar nos
dias 17 e 18 de setembro, na Unama BR, o “II Seminário Estadual de
Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas: Interlocução entre as Políticas para
Fortalecimento da Rede”. O encontro vai reunir representantes das
administrações municipais, estaduais e federais, sociedade civil organizada,
estudantes e pesquisadores do tema para debater e trocar experiências, fortalecendo
as ações de enfrentamento ao tráfico de pessoas no Estado do Pará.
A coordenadora do Comitê Estadual de Tráfico de Pessoas da
Sejudh, Leila Silva, entende que existem muitas dificuldades quanto ao diálogo
com a rede de combate no interior, mas o desconhecimento do assunto ainda é a
principal dificuldade. “Uma das maiores dificuldades dentro da dificuldade
principal é a de que as pessoas, muitas vezes, não sabem ou tem problemas em
caracterizar e identificar o crime”, explica.
Angélica Gonçalves, assistente social da ONG Sodireitos,
reforça a importância de esclarecer o assunto para torná-lo visível à
sociedade. “O trabalho da ONG consiste, principalmente, em uma plataforma de
três eixos: a prevenção, por meio de palestras e conscientização, o conhecimento,
ou seja, a produção de pesquisas para gerar informações, e, por fim, o controle
social.”
Seja para a exploração sexual, trabalho escravo ou outros
motivos como remoção de órgãos, o tráfico de pessoas é um crime que causa
muitos danos para as vítimas, que normalmente já se encontram em situações de
vulnerabilidade. “Apesar de termos casos de violência, quando a vítima é
sequestrada, a maior parte é seduzida por falsas promessas de melhoria de vida.
É preciso que a informação chegue a todos para que a vulnerabilidade dessas
pessoas não permita que sejam enganadas”, conta Leila.
A presença de representantes da rede de apoio ao combate do
tráfico de pessoas de todo o estado no Seminário é fundamental para que as
Regiões de Integração no estado do Pará possam saber seus papéis nas ações de
combate a esse crime e participem de forma mais efetiva.
Durante os dois dias de eventos, estão previstos debates e
discussões para que as ações de combate e prevenção ao tráfico de pessoas se
fortaleçam em todo o estado, e também sobre as ações de apoio às vítimas do
crime.
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