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CÂNCER DE FÍGADO-CHEGA UMA BOA NOTÍCIA NO TRATAMENTO
18:28Brasília, Brasil e o mundo sem retoques!
CÂNCER DE
FÍGADO -CHEGA UMA BOA NOTÍCIA;
Beta-ionona
tem potencial preventivo para câncer de fígado
A susbtância beta-ionona (BI) tem potencial quimiopreventivo para o câncer de
fígado. Encontrada em uvas e aromatizantes de vinhos, a BI é um composto
bioativo da classe dos isoprenóides, envolvido com a via metabólica do mevalonato
e a síntese do colesterol. Em testes realizados com animais, na Faculdade de
Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP pela pesquisadora Mayara Lilian Paulino
Miranda, verificou-se que a BI reduziu lesões pré-neoplásicas (LPN) no órgão,
que precedem o câncer. O estudo também apresenta indícios de que a substância
atenua o desenvolvimento da doença hepática gordurosa não alcoólica (NAFLD),
causada pelo acúmulo de gordura no fígado, que pode estar relacionada ao
aparecimento das lesões.

A morte celular pode resultar em necroinflamação e fibrose,
que são consideradas lesões classificadas como LPN em seres humanos. A NAFLD
pode variar de simples esteatose a sua forma mais grave, esteatohepatite não
alcoólica (NASH) . “A prevalência da doença pode ser de 30% da população em
países industrializados e está aumentando em países em desenvolvimento devido à
mudança de hábitos alimentares”, aponta a pesquisadora. “Estima-se, ainda, que
na obesidade mórbida há um risco aumentado de 90% de desenvolvimento de NAFLD”.
Para verificar o potencial quimiopreventivo da BI, a pesquisa
mediu o número e a área das LPNs, por meio de marcação de imunohistoquímica
GST-P. “A proliferação celular foi medida por dupla marcação de
imunohistoquímica para GST-P e KI67”, afirma a pesquisadora. A
imunohistoquímica é a identificação de epítopos no tecido por meio da reação
entre antígeno e anticorpo, revelada por um marcador visual e examinada por
microscopia óptica ou eletrônica. “Foi realizada ainda a quantificação da
apoptose em lâminas de Hematoxilina e Eosina (H&E), avaliação do dano
celular por meio da técnica de cometa e avaliação do escore de células ovais
nestes tecidos, também em lâminas de H&E”.
Efeito quimiopreventivo
Células ovais hepáticas são reconhecidas como células progenitoras, ou seja, que podem se diferenciar e dar origem a outras células como hepatócitos e colangiócitos. Essas células muitas vezes estão aumentadas em LPNs, e segundo a teoria hierárquica, podem dar origem a neoplasias. “A BI reduziu o número e área das LPNs persistentes, além de reduzir a proliferação celular e o escore de células ovais. Isso demonstra que o composto apresenta um potencial efeito quimiopreventivo”, ressalta Mayara. “Além disso, há evidências de que a substância atenua o desenvolvimento da NAFLD, por reduzir o grau de esteatose e de inflamação”
Células ovais hepáticas são reconhecidas como células progenitoras, ou seja, que podem se diferenciar e dar origem a outras células como hepatócitos e colangiócitos. Essas células muitas vezes estão aumentadas em LPNs, e segundo a teoria hierárquica, podem dar origem a neoplasias. “A BI reduziu o número e área das LPNs persistentes, além de reduzir a proliferação celular e o escore de células ovais. Isso demonstra que o composto apresenta um potencial efeito quimiopreventivo”, ressalta Mayara. “Além disso, há evidências de que a substância atenua o desenvolvimento da NAFLD, por reduzir o grau de esteatose e de inflamação”
A pesquisa também verificou que a doença potencializa o
desenvolvimento de LPNs em ratos Wistar submetidos ao modelo do hepatócito
resistente (RH) na etapa de iniciação e promoção inicial da hepatocarcinogênese
(câncer de fígado). “Também foi observada a possível atividade quimiopreventiva
da BI na associação entre NAFLD e RH (AS)”, diz Mayara.
A BI é um composto bioativo da classe dos isoprenóides
presentes na estrutura molecular do retinol, β-caroteno (BC) e ácido retinoico
e pode ser encontrada em uvas e aromatizantes de vinhos. “Isoprenóides são
compostos bioativos que contém estruturas repetidas de cinco carbonos,
relacionados com a via do mevalonato, uma via metabólica do ácido mevalônico
que gera como subprodutos escaleno, lanosterol e colesterol, diz a
pesquisadora. “Entretanto a biodisponiblidade da BI é reduzida, sendo
necessário um consumo muito superior ao humano para atingir doses com efeito
biológico considerável”, descreve a pesquisadora.
O composto possui potencial quimiopreventivo demonstrado em
diversos estudos in vitro em células neoplásicas como de mama, colón,
gástrico, melanoma e leucemia. “Entretanto são poucos os estudos in vivo com
esse isoprenóide, de modo que são ainda necessárias mais pesquisas até que seja
viável sua utilização em estudos com humanos”, conclui Mayara. A pesquisa foi
orientada pelo professor Fernando Salvador Moreno, da FCF, que desenvolve
estudos na área de quimioprevenção do câncer.
Agência USP de Notícias
Por Júlio Bernardes – jubern@usp.br
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