E AGORA MICHEL TEMER?
14:14Brasília, Brasil e o mundo sem retoques!
TEMER JÁ ESTRIA TECNICAMENTE MORTO?
(POR PAULO NOGUEIRA, NO BLOG DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO):
O governo
Temer, que já vinha se arrastando, está agora tecnicamente morto.
Não há
salvação possível depois que veio a público, pela Folha, uma conversa entre o
ministro Romero Jucá e um investigado na Lava Jato.
A conversa,
numa linha, confirma o que já se sabia sobre o golpe: uma mulher honesta foi
derrubada por homens corruptos.
A
diferença, agora, é que isto foi claramente exposto por Jucá, um dos
articuladores do impeachment e espécie de primeiro ministro de Temer.
O objetivo
jamais foi combater a corrupção. Foi, sim, preservar corruptos como o próprio
Jucá e tantos outros.
Não sobra
ninguém da conversa. Temer, por exemplo, foi definido como “homem do Cunha”.
(Abaixo, uma ilustração do grupo Jornalistas Livres que resume o escândalo.)
Em sua
superior mediocridade, Temer passou uma vida inteira como como um figurante. Só
foi notado pelos brasileiros quando apareceu com uma mulher que poderia ser sua
neta. Agora, ele se consagra como o “homem do Cunha”.
Jucá cita também
o Supremo como parte da trama. Afirma que esteve com vários ministros do STF
para discutir o golpe.
Não os
cita. Mas você pode deduzir facilmente que juízes militantes como Gilmar Mendes
e Dias Toffoli falaram com Jucá.
Gilmar
jamais fez questão de esconder sua militância. Numa cena infame, apareceu às
vésperas do impeachment numa fotografia ao lado de Serra, e sequer ficou
vermelho. Para ele, ficou natural ser um político desvairado com toga.
Nunca mais
você verá uma sessão do STF da mesma forma, isto é certo. Aqueles senhores (e
senhoras) circunspectos e com capas ridículas parecerão um bando de golpistas.
Rosa Weber
há dias intimou Dilma a dizer por que ela anda chamando o golpe de golpe. Dilma
pode entregar a Rosa uma cópia da conversa de Jucá.
Aécio
também é citado na conversa: “Todo mundo conhece o esquema do PSDB.” Menos a
mídia, talvez, quejamais tratou decentemente do assunto.
Isso
permite ainda hoje a velhos demagogos como FHC, Serra e Aécio posarem de homens
acima de qualquer suspeita e falarem de corrupção como se fosse alguma coisa da
qual estivessem imaculadamente distantes.
A mídia
também está lá na conversa gravada. Os barões da imprensa, está registrado,
tinham todo o interesse em tirar Dilma.
Nenhuma
novidade, mais uma vez. Colocar um presidente amigo, como Temer, daria às
grandes empresas jornalísticas livre acesso ao dinheiro público, por meio de
publicidade oficial, empréstimos do BNDES e outras mamatas que fizeram a
fortuna bilionária dos Marinhos, dos Civitas e dos Frias.
A Folha,
que participou ativamente da trama que derrubou Dilma, parece ter dado um golpe
de mestre com esta história.
Enquanto a
Globo descaradamente passou a praticar um jornalismo chapa branca, a Folha
tenta mostrar que não tem rabo preso com ninguém, como disse seu marketing
durante muitos anos.
É uma
espécie de retorno aos últimos tempos da ditadura, quando a Folha pregava as
diretas já e a Globo continuava a defender os militares.
Como a
Globo vai-se sair dessa – se é que vai – é uma incógnita.
Quem,
definitivamente, não tem como se livrar das consequências das inconfidências de
Jucá é Temer, o Breve.
por
Altamiro Borges
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