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BRASIL SÓ TERÁ FUTURO SE O JOVEM TIVER EMPREGO
21:08Brasília, Brasil e o mundo sem retoques!
Muito mais do que a definição de futuros prefeitos e
vereadores do Brasil, as eleições municipais de 2016 chamam a atenção pelo
elevado e preocupante número de abstenções. Nada menos que 17,58% de todo o
eleitorado do país rejeitaram todas as opções apresentadas, o que corresponde a
25.073.027 eleitores. Juntando a isso o fato de o tamanho do eleitorado com 16
e 17 anos ter caído 20% na comparação com a eleição municipal anterior, em 2012
- de 2,9 milhões para 2,3 milhões, de acordo com dados do TSE -, estamos diante
de um alarmante quadro de jovens que não acreditam mais na democracia.
E, infelizmente, não faltam motivos para este descrédito.
Como se não bastassem os intermináveis escândalos de corrupção envolvendo
políticos, a apatia do Poder Público em iniciativas que ofereçam reais
perspectivas para os jovens joga por terra qualquer motivação para engajamento
deste público. A falta de horizontes deixa uma imensa parcela da população sem
expectativas e motivação. Nesta perspectiva, a única e mais importante bandeira
que deve ser empunhada pelos futuros governantes é trabalhar incansavelmente
para que ressurjam e se multipliquem as oportunidades. Em resumidas palavras, é
oferecer emprego para os jovens.
Brasil só terá futuro se o jovem tiver emprego
Brasil só terá futuro se o jovem tiver emprego
De acordo com os últimos dados do IBGE, o índice de
desemprego no país chegou a 11,8%, o que corresponde a 12 milhões de pessoas.
Mas é importante ressaltar que este número leva em consideração as pessoas que
já tiveram carteira assinada e, agora, estão sem emprego. Na realidade, se
levarmos em consideração os brasileiros que nunca tiveram carteira assinada, o
total de desempregados será assustadoramente maior.
Recentes estudos da Organização Mundial do Trabalho (OIT)
afirmam ainda que o Brasil possui um alto índice de jovens entre 15 e 29 anos
que não estudam ou fazem cursos profissionalizantes e, ao mesmo tempo, também
não estão empregados: 18,4% das pessoas. A entidade aponta ainda que se for
calculado os jovens que deixaram de procurar emprego por não encontrarem
trabalho e que também não estão estudando, a taxa seria de 26,6%. Já no
primeiro semestre de 2015, a taxa já havia dado um salto para 15,8%, três vezes
a taxa entre adultos.
Nesta perspectiva, é fundamental destacar que o Brasil é um
país predominantemente jovem. Dos seus 200 milhões de habitantes, 97,2 milhões
estão na faixa de 0 a 29 anos. Estes números reforçam ainda mais a máxima que
embala o Brasil há décadas, e que afirma que este é um país do futuro.
Sim, um país de jovens é um país do futuro, mas este futuro
promissor só será alcançado se estes mesmos jovens tiverem perspectivas,
tiverem o suporte tão fundamental do Poder Público, tiverem fundamentalmente
emprego no presente. Para que o futuro aconteça, ele tem que começar agora.
Os próximos governantes precisam entender que o jovem é o
principal capital para o desenvolvimento do país. Não é o mercado financeiro ou
as indústrias com sua isenções. O jovem deve ser o principal viés dos governos.
O país só crescerá produzindo, e a produção só aumentará com jovens empregados,
e com saúde e educação de qualidade.
Enquanto houver falta de perspectivas, enquanto o Poder
Público privilegiar seus apadrinhados em detrimento do povo, enquanto as obras
superfaturadas prevalecerem sobre as boas escolas, enquanto as falcatruas forem
mais prioritárias do que hospitais com o mínimo de dignidade, enquanto houver
desemprego, o jovem terá ainda mais descrédito na democracia, e o Brasil ficará
cada vez mais longe de cumprir a promessa de ser um país do futuro.
JORNAL DO BRASIL
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