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BRASIL É UM DOS PAÍSES ONDE MAIS SE MATOU JORNALISTAS EM 2015
14:19Brasília, Brasil e o mundo sem retoques!
BRASIL É O 5º PAÍS COM MAIS MORTES DE
JORNALISTAS EM 2015, DIZ UNESCO.
No ano
passado, 115 jornalistas foram assassinados no mundo, um aumento de 17% frente
a 2014. O Brasil ocupou o quinto lugar no ranking, com sete profissionais
mortos, comparados a seis no ano anterior.
O país só
perde para Síria, Iraque e Iêmen, que passam por conflitos armados, e para a
França, que em 2015 registrou o ataque contra o jornal satírico Charlie Hebdo.
Os dados são de novo relatório da Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
O trabalho
como jornalista continua a ser perigoso em muitas regiões do mundo, mostrou
relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (UNESCO) divulgado na quarta-feira (2), Dia Internacional pelo Fim da
Impunidade dos Crimes contra Jornalistas.
Segundo o
documento, 115 jornalistas foram assassinatos no ano passado, um aumento frente
aos 98 profissionais mortos no ano anterior.

Tratou-se do
segundo ano mais mortífero da última década depois de 2012, quando houve 124
assassinatos. Nos últimos 10 anos, ao menos 827 profissionais foram
assassinados no mundo.
No Brasil,
sete profissionais morreram em 2015, frente a seis no ano anterior. O país
ocupou a quinta posição entre os países com maior número de mortes de
jornalistas, igualando-se ao México e ao Sudão do Sul, perdendo apenas para
Iêmen, França, Iraque e Síria.
"O
aumento (do número total de mortes) ocorreu por conta de um só evento — o
assassinato de oito jornalistas durante o ataque terrorista contra o jornal
satírico francês Charlie Hebdo", disse o relatório, lembrando que, na
ocasião, o ataque foi condenado e classificado como "sem precedentes"
pela UNESCO.
Houve também
um leve aumento no número de jornalistas mulheres assassinadas, que passou a
uma média de nove por ano comparado a uma média de quatro em anos anteriores.
No entanto, os homens continuam representando a maior parte das vítimas de
ataques fatais: 92% dos casos em 2014 e 2015.

O menor
número de mulheres reflete sua menor representação nas organizações de mídia e
o fato de que menos mulheres cobrem zonas de conflito.
"Os
assassinatos são, no entanto, apenas a ponta do iceberg, já que as mulheres
enfrentam ameaças baseadas em gênero, como assédio sexual e violência, que não
estão refletidas nessas estatísticas", afirmou o documento.
A categoria
de jornalistas mais visados pelos criminosos na última década são os
profissionais de mídia impressa. Em 2014 e 2015, no entanto, a maior parte dos
jornalistas mortos trabalhavam para emissoras de TV.
Um leve
aumento foi verificado no ano passado no número de jornalistas de veículos
online mortos (21 casos), comparado a apenas dois casos em 2014. Quase a metade
dessas vítimas eram jornalistas sírios e blogueiros que cobriam o conflito no
país.
Quase 90%
das vítimas do biênio eram jornalistas locais, confirmando uma tendência
observada ao longo da última década.
Jornalistas
freelancers, que trabalham de forma independente e frequentemente sem as
proteções adequadas, são considerados o grupo mais vulnerável. Quarenta
jornalistas freelancers operando online foram mortos em 2014-2015,
representando 19% dos casos.
"Um
importante passo para combater os altos níveis de assassinatos de jornalistas é
combater a impunidade, que perpetua um ciclo de violência contra esses
profissionais", disse a agência da ONU no documento.
Desde 2006,
a UNESCO tem pedido para os países enviarem informações sobre investigações
relativas às mortes de jornalistas.
Até o fim de
2015, 59 dos 70 Estados-membros responderam às solicitações ao menos uma vez,
entre eles o Brasil, enquanto 11 nunca enviaram resposta.
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