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SEGURANÇA PÚBLICA NO DF? NÃO TEM! MAS TEM UMA FROTA POLICIAL INTEIRA ABANDONADA
10:30Brasília, Brasil e o mundo sem retoques!
UMA FROTA POLICIAL INTEIRA ABANDONADA
Compradas ao custo unitário de R$
124,3 mil, dezenas de viaturas modelo ASX da Mitsubishi, pertencentes à Polícia
Militar do Distrito Federal (PMDF), estão sem uso. Veículos da PCDF também
passam por estado de abandono.
Fotos tiradas do estacionamento do
Centro de Treinamento da corporação, localizado no antigo Buritinga, em
Taguatinga, mostram os veículos parados no local e cobertos de poeira.

As imagens foram feitas durante
dois dias – na última sexta-feira (27) e no sábado (28) – e encaminhadas ao
Metrópoles nesse domingo (29). Os carros “esquecidos” no Buritinga estão
emplacados e ocupam uma grande área no pátio do Centro de Treinamento da PMDF.
Segundo a reportagem apurou, as
viaturas seriam destinadas a profissionais do Batalhão de Operações Especiais
(Bope), Patrulhamento Tático Móvel (Patamo) e da Rondas Ostensivas Táticas
Metropolitanas (Rotam), entre outros.
Procurada, a PMDF não se pronunciou
sobre o flagrante das viaturas paradas no Buritinga. Foi solicitado à
reportagem reencaminhar a demanda nesta segunda-feira (30/7), durante o
expediente, entre 13h e 19h, horário de funcionamento do departamento responsável.
O gasto elevado com a
manutenção dos carros e a substituição reiterada dos sistemas de embreagem dos
veículos é citado pelo órgão como exemplos desnecessários de dispêndio de
recursos públicos.
Embora as supostas
irregularidades tenham sido praticadas há três anos, o relatório do órgão foi
divulgado somente em 2018. Após identificar as falhas na execução dos serviços,
a CGDF recomendou à corporação instaurar procedimento administrativo a fim de
investigar a atuação dos executores do Contrato nº 20 de 2013, que versa sobre
assistências nos veículos da instituição.
Escândalo das Pajeros
Não é a primeira vez que contratos relacionados a viaturas da PMDF são colocados sob suspeita. Em novembro de 2017, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deflagrou a operação Mamon, para apurar possíveis fraudes no contrato de aquisição dos 315 veículos ASX, da Mitsubishi, com valor unitário de R$ 124,3 mil e total de R$ 39,1 milhões.
Não é a primeira vez que contratos relacionados a viaturas da PMDF são colocados sob suspeita. Em novembro de 2017, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deflagrou a operação Mamon, para apurar possíveis fraudes no contrato de aquisição dos 315 veículos ASX, da Mitsubishi, com valor unitário de R$ 124,3 mil e total de R$ 39,1 milhões.
Promotores da Justiça Militar
(PJM), do Centro de Informações (CI) e do Grupo de Atuação Especial de
Combate ao Crime Organizado (Gaeco) suspeitavam que licitações poderiam
ter sido direcionadas e propinas cobradas em troca do pagamento das notas de
serviço.
Outro contrato na mira da
operação trata da compra de rádios de comunicação para as viaturas adquiridas
no final de 2016 e entregues em agosto. Os aparelhos não estão
conectados ao sistema de comunicação da PMDF. Cada equipamento custou R$
6,6 mil e as unidades chegaram a ser reprovadas por um especialista – ele foi
afastado do cargo.
Além disso, entre outras
irregularidades, as apurações feitas com a colaboração da Corregedoria da PMDF
identificaram que responsáveis pelos pagamentos no Departamento de Logística e
Finanças (DLF) da corporação faziam “vista grossa” para um esquema envolvendo a
manutenção das viaturas modelo Pajero. Peças dos veículos jamais eram
substituídas, apesar de pagamentos serem feitos pelo serviço. Durante a
primeira fase da ação, o
coronel Francisco Feitosa, chefe do DLF, foi preso.
CARROS PARADOS NA PCDF
A frota da Polícia Civil do Distrito Federal também está com problemas. Dezenas de viaturas da corporação ficaram sem manutenção, no último dia 19, devido ao vencimento do contrato com a empresa responsável pelos reparos. Entre agentes, o temor era de metade dos carros acabar fora de circulação por conta do problema.
De acordo com o presidente
do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol-DF), Rodrigo Franco, mais de 1,3 mil
viaturas (cerca de 40% da frota atual), rodam há mais de 10 anos e precisam
passar por vistorias constante para possíveis reparos. Segundo a PCDF, 18
mecânicos prestavam o serviço, mas, desde o dia 19, só cinco
permaneciam no trabalho, cumprindo aviso prévio: os demais pediram demissão
após os salários serem reduzidos, uma vez que eles ganhavam acima do piso da
categoria.
A previsão era contratar reforços
no fim da semana passada, mas não havia prazo para a manutenção ser
regularizada e os veículos parados voltarem a circular.
Em 2017, o GDF chegou a
comprar 145 novas viaturas para a Polícia Militar. Os veículos, modelo Corolla
XEI, custaram aos cofres públicos, cada um, cerca de R$ 100,3 mil – um total de
quase R$ 15 milhões. Na época, a direção da Polícia Civil solicitou a aquisição
de 100 veículos de modelos populares. Do total, foram autorizados apenas 50.
Sensação de insegurança
Enquanto isso, a população segue alvo de crimes diários e os bandidos ficam cada vez mais audaciosos. Em pouco mais de um mês, um posto de gasolina a apenas 37 passos da entrada da 33ª Delegacia de Polícia, em Santa Maria, foi assaltado cinco vezes. O último roubo ao estabelecimento ocorreu na quinta-feira (26), dias após criminosos assaltarem o filho de um deputado, roubarem a casa de um desembargador aposentado e explodirem caixas eletrônicos do anexo do Palácio do Buriti.
Metrópoles.com
30/07/2018
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