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BANCADA FEDERAL DO DF TREMENDO NA BASE: POSSIBILIDADE DE RENOVAÇÃO CHEGA AOS 100%
10:28Brasília, Brasil e o mundo sem retoques!
ELEIÇÕES NA CÂMARA: RENOVAÇÃO DA BANCADA DE DEPUTADOS PODE IR A 100%
Dos atuais oito parlamentares, cinco não disputam a reeleição e os demais
terão grande dificuldade para voltar, numa situação jamais vivida em eleições no DF.
Por força das circunstâncias e escolhas eleitorais, cinco dos oito
deputados federais do Distrito Federal não serão candidatos a reeleição. Nestes
termos, é possível vislumbrar uma renovação de, pelo menos, 62,5% após as urnas
de 7 de outubro. Neste contexto, há chances de uma dança das cadeiras total. Na
Câmara Legislativa, somente sete dos 24 distritais não brigarão pela renovação
do mandato. A margem garantida de mudança de cadeiras de deputado distrital
está nas vizinhanças de 29,1%.
A cada nova eleição a palavra renovação ganha a boca do povo, mas
dificilmente conquista as urnas. A bancada federal brasiliense é uma exceção.
Nas últimas três legislaturas o número de reeleitos foi de, respectivamente,
dois, um e três parlamentares reconduzidos pela ordem cronológica. É uma média
de 25% de reeleição, apenas. Na geração atual, Alberto Fraga (DEM) e Rogério
Rosso (PSD) decidiram buscar o Buriti. Izalci Lucas (PSDB) vai concorrer ao
Senado. Assombrado por processos judiciais, Rôney Nemer (PP) ficará fora das
urnas. Ronaldo Fonseca (Podemos) também decidiu não concorrer.
Nesta eleição o horizonte é desafiador. Diversas candidaturas
competitivas estão nas ruas. Por um lado Laerte Bessa (PR) e Augusto Carvalho
(SD) não tiveram votações expressivas em 2014. Foram os menos votados e dependeram
dos puxadores Fraga e Rosso. Érika Kokay (PT) teve 92.558 votos, mas agora seu
partido está isolado e vai precisar de um número muito maior para alcançar o
coeficiente eleitoral, algo acima de 150 mil eleitores. Novamente, o quadro é
singular.
Segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, a média
de reeleição dos 513 membros da Câmara dos Deputados é de 63,43%. Em geral, a
cada eleição, entre os 513 deputados, 408 tentam continuar no cargo e 259
conseguem o apoio dos eleitores. Para 2018, o estudo prevê um índice de
reeleição de 75%. Entre os 407 pretendentes a reeleição, 305 ganharão nas
urnas. Na Câmara Distrital, a continuidade também desafia o mito da renovação.
Na última virada de legislatura, 12 dos 24 distritais conseguiram continuar nos
cargos legislativos.
Érika e Bessa irão à luta
O quadro desafiador não desanima Bessa ou Érika Kokay. Apesar de atuarem
em campos ideológicos rivais, nutrem a mesma confiança na conquista da
reeleição. Obviamente, as estratégias para a vitória nas urnas são distintas.
“Hoje a maior qualidade na política é a Ficha Limpa. Graças a Deus eu sou Ficha
Limpa. E tem mais. Eu também sou a renovação, uai. Entrei na política em 2006 e
tenho apenas dois mandatos”, argumenta Bessa.
Para continuar na Câmara, o deputado aposta nas raízes com a Segurança
Pública e com pautas conservadoras. Membro da Bancada da Bala, Bessa é um dos
nomes responsáveis pelo projeto de redução da maioridade penal, atualmente em
compasso de espera no Senado. “Depois da eleição vamos pressionar o Senado a
votar. A impunidade está premiando estes bandidos travestidos de menores. Quem
tem 16 anos sabe muito bem o que é certo ou errado”, comenta.
Defensora ferrenha das políticas progressistas e das minorias, Érika
Kokay tem convicção que o PT elegerá dois federais. “Brasília representa de uma
forma muito drástica o que representa o governo de Michel Temer (MDB).
Inequivocamente, é um governo que fere a soberania nacional e promove a
retirada de direitos. O governo Rollemberg (PSB) segue passos muito semelhantes
na falência das políticas públicas e no autoritarismo. E o PT é antagonista de
ambos”, resume.
Segundo Kokay, o PT ainda é o partido mais querido entre os eleitores e
mantem uma base alinhada com as propostas da agremiação. Além disso, o partido
conta com uma das militâncias mais engajadas do DF. O Jornal de Brasília entrou
em contato com o gabinete de Augusto Carvalho. Mas até o fechamento desta
reportagem não houve retorno.
Ponto de Vista
Renovação política é uma expressão vazia, na leitura do
cientista político e sociólogo Antônio Flávio Testa. Segundo o especialista, a
tendência de reeleição supera a expectativa da chegada de nomes novos. “Depois
da Operação Lava Jato, das condenações de políticos, a tentativa de se manter
com o mandato é muito grande. É a busca da manutenção da imunidade parlamentar.
Some a isso, a barbaridade da micro-reforma eleitoral. O Fundo Eleitoral é um
aprimoramento do voto em lista fechada. Com essa nova lógica os caciques
partidários passaram a ter um poder enorme. E quem eles vão apoiar? Quem já tem
mandato e tem maiores chances de ganhar. Os mais competitivos têm mandato. Ou
vão apoiar amigos e parentes. Não é democrático”, dispara. E a bronca só
aumenta, afinal Testa julga que as regras de financiamento favorecem também os
candidatos com melhores condições financeiras. E nas regras atuais, para o
estudioso, caso nomes novos sejam eleitos serão devorados ou escanteados pelo
atual sistema político. O futuro é tenebroso.
Com informações de Jornal de Brasília
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