BRASILEIRA ASSASSINADA NA NICARÁGUA FOI SEPULTADA E RECEBEU HOMENAGE
07:26Brasília, Brasil e o mundo sem retoques!
Raynéia foi sepultada vestida com o jaleco do Hospital da Polícia Nacional de Manágua, local onde trabalhava, e com um diploma da Universidade Americana em Manágua (UAM), onde estudava, datado em 24 julho
Foi enterrado nesta sexta feira (3/8), por volta das 11h, no Cemitério
Morada da Paz, em Paulista, região metropolitgana do Recife (PE), o corpo da
estudante pernambucana Raynéia Gabrielle Lima, assassinada na cidade de Manágua
(Nicarágua) no dia 23 de julho.
. A estudante foi assassinada na capital nicaraguense no dia 23 com um tiro
no peito. Segundo o reitor da o reitor da Universidade Americana (UAM), Ernesto
Medina, foi disparado por um “um grupo de paramilitares” no sul da capital
Manágua, Ernesto Medina, o tiro que a matou foi disparado por um “um grupo de
paramilitares” no sul da capital Manágua.
De acordo com a Rádio Universitária do Recife, parceira da Agência
Brasil, cerca de cem pessoas, entre familiares e amigos, participaram do
enterro, que atraiu também pessoas que participavam de outros velórios.
O corpo de Raynéia chegou à capital pernambucana nesta madrugada, por
volta das 0h30, e foi recebido, no aeroporto Internacional dos Guararapes, por
representantes da Secretaria de Justiça de Direitos Humanos (SJDH) de
Pernambuco e do Ministério das Relações Exteriores.
Crise política
A Nicarágua vive uma crise sociopolítica com manifestações que se
intensificaram desde abril contra o presidente Daniel Ortega que se mantém há
11 anos no poder em meio a acusações de abuso e corrupção. A repressão aos
protestos populares já deixou entre 277 e 351 mortos, de acordo com
organizações humanitárias locais e internacionais.
O assassinato da estudante brasileira ocorreu horas depois de um fórum no
qual o reitor Ernesto Medina disse que o crescimento econômico e a segurança na
Nicarágua, antes da explosão dos protestos contra Ortega, em abril, “era parte
de uma farsa” porque “nunca houve um plano que acabasse com a pobreza e a
injustiça”.
Em entrevista a uma emissora de TV local, o reitor da Universidade
Americana de Manágua acrescentou que as forças paramilitares “sentem que têm
carta branca, ninguém vai dizer nada a eles, ninguém vai fazer nada”. De acordo
com Medina, os grupos paramilitares estão envolvidos em morte e sequestro.
O governo de Daniel Ortega foi acusado pela Comissão Interamericana de
Direitos Humanos (CIDH) e o Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas
para os Direitos Humanos (Acnudh) pelos assassinatos, maus tratos, possíveis
atos de tortura e prisões arbitrárias ocorridas em território nicaraguense.
Recomendações
Desde o início da crise no país, o Ministério das Relações Exteriores
orienta que brasileiros não viajem à Nicarágua. Se a viagem for inevitável, o
Itamaraty sugere as seguintes recomendações:
- Evite participar e aproximar-se de manifestações;
- Evite deslocamentos desnecessários. Caso seja necessário fazer um
deslocamento, esteja acompanhado ou passe por vias com policiamento;
- Manter em dia e válido o passaporte para uma eventual saída emergencial
do país;
- Carregue sempre uma cópia do passaporte ou de um documento de
identificação válido. Mantenha uma cópia também no correio eletrônico;
- Avise pessoas próximas (parentes e amigos) sobre a localização e meios
de comunicação;
- Evite viajar para o interior do país e o deslocamento por estradas para
fora da capital, que têm sido bloqueadas por criminosos armados.
BRASILEIRA ASSASSINADA NA NICARÁGUA RECEBE HOMENAGEM DE ESTUDANTES
Um grupo de estudantes de Medicina
da Universidade Americana (UAM) prestou homenagem à Raynéia Gabrielle Lima,
estudante brasileira assassinada na noite do dia 23, no sul de Manágua, capital
da Nicarágua.
As bandeiras do Brasil e da
Nicarágua foram colocadas na rotatória Jean-Paul Genie, local onde várias
flores e fotos lembram os estudantes mortos desde 18 de abril, quando teve
início a revolta popular contra o presidente do país, Daniel Ortega.
Com a frase "Nascida no
Brasil, Renascida na Nicarágua", os companheiros de faculdade de Raynéia
homenagearam ontem (26) a jovem brasileira, que foi atingida por um tiro no
peito disparado por um grupo de paramilitares, segundo o reitor da UAM, Ernesto
Medina.
Desde o início da crise no país,
448 pessoas morreram na Nicarágua, vítimas da repressão de Ortega aos
protestos, de acordo com dados de organizações humanitárias locais e
internacionais.
"É preciso dizê-lo, os
paramilitares que estavam na casa de Chico López foram os que dispararam",
disse Medina.
López é tesoureiro da Frente
Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), partido de Ortega. Há pouco tempo,
ele era gerente de duas grandes empresas estatais dos setores de petróleo e
construção.
A estudante brasileira morava no
mesmo bairro que López, uma região exclusiva no sul da capital nicaraguense.
"As forças paramilitares
sentem que têm carta branca. Ninguém vai dizer nada ou fazer nada com eles.
Eles andam por aí sequestrando e fazendo operações policiais", denunciou o
reitor da UAM.
O governo da Nicarágua nega que
Raynéia tenha sido morta por paramilitares e afirma que a brasileira foi
baleada por um vigilante de uma empresa privada de segurança.
A Comissão Interamericana de
Direitos Humanos (CIDH) e o Escritório do Alto Comissário para os Direitos
Humanos da ONU (ACNUDH) responsabilizaram o governo da Nicarágua por
assassinatos, execuções extrajudiciais, maus tratos e possíveis atos de
tortura.
Depois da morte de Raynéia, o
Ministério das Relações Exteriores convocou a embaixadora da Nicarágua em
Brasília, Lorena Martínez, para consultas e chamou temporariamente de volta ao
país o embaixador brasileiro Luís Cláudio Villafañe Gomes Santos, em Manágua,
para consultas.
Em nota, o governo brasileiro
expressou "profunda indignação" com o crime e pediu ao governo da Nicarágua
para identificar e punir os responsáveis pela morte de Raynéia.
Por Agência Brasil*
Brasília
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