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BRASIL EM CRISE EM ANO ELEITORAL-A RESPOSTA ESTÁ NA EDUCAÇÃO
18:08Brasília, Brasil e o mundo sem retoques!
BRASIL EM CRISE - A RESPOSTA ESTÁ NA
EDUCAÇÃO
Em ano eleitoral é preciso rever
todos os conceitos sobre a educação no Brasil e porquê não avançamos.
Poucas vezes se viu, na história mais
recente do Brasil, um desalento tão grande da população em relação ao próximo
pleito eleitoral.
As candidaturas, de uma maneira
geral, não empolgam os eleitores, literalmente exaustos das mesmas promessas
vazias, que se concluem logo após o pleito. Banalizou-se dizer que educação,
saúde e segurança serão prioridades do governo – mas não dizem como.
E quando dizem, é de uma forma vazia,
que não passa confiança aos eleitores.
Os índices de desemprego e de
corrupção chegaram a níveis alarmantes. Não se verificam até aqui propostas
concretas dos candidatos para o enfrentamento desses dois cânceres que dizimam
milhares e milhares de vidas de forma direta e indireta. Neste trimestre, por
exemplo, os números mostram um país praticamente estagnado no enfrentamento ao
desemprego, com uma taxa superior a 13%. Somando-se a taxa de subutilização da
força de trabalho – que inclui os desempregados, os desalentados e pessoas que gostariam de trabalhar, mas não procuraram emprego –, o índice informado pelo IBGE foi de
24,6%, o que representa 27,6 milhões de pessoas. É uma bomba-relógio social de
efeito retardado!
O problema mais grave é na Região
Nordeste, especialmente nos estados de Maranhão, Alagoas e Sergipe –
coincidentemente ou não, estados que apresentam baixíssimos níveis de
aprendizagem escolar em todas as etapas da Educação Básica. Com isso queremos
afirmar que sem educação de qualidade não haverá emprego, não haverá renda e sobrarão
violência e corrupção. Todas essas coisas estão entrelaçadas numa única coluna
vertebral.
Vamos ter que fazer dois movimentos:
um de mudança na qualidade da oferta da Educação Básica, em todos os níveis, e
outro na direção de uma educação não formal, mediante uma ação transversal de
governo capaz de alinhar pelos menos três ministérios: Educação,
Desenvolvimento Social e Trabalho, sob a coordenação da Casa Civil – cujo
ministro está fortemente ligado ao presidente no dia a dia.
Nesse cenário, felizmente, surge, no
campo da educação formal, uma importante iniciativa liderada pelo movimento
Todos pela Educação. Após meses e meses de trabalho árduo, ouvindo
especialistas de diferentes correntes políticas, o movimento elaborou um
documento absolutamente fantástico, suprapartidário, que pode, se adotado pelo
futuro presidente, mudar de vez a baixa qualidade do ensino público no Brasil.
São sete prioridades para melhorar a qualidade da educação brasileira:
1) Instituir política nacional de
valorização e profissionalização docente, que dê início a uma profunda
ressignificação da carreira e das estruturas de formação inicial e continuada
dos professores;
2) Oferecer apoio e incentivo às
redes para a implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da Educação
Infantil e do Ensino Fundamental, de modo a garantir a oferta de recursos e
programas pedagógicos essenciais em todas as redes de ensino;
3) Instituir política nacional
intersetorial para a primeira infância, articulando, entre outros, educação,
saúde e assistência social;
4) Aprimorar o Programa Nacional de
Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), tendo a indução do regime de colaboração
entre estados e municípios como premissa da atuação federal;
5) Aprimorar a política de fomento à
expansão da jornada escolar e coordenar/apoiar os estados na reorganização da
estrutura de funcionamento do Ensino Médio no sentido da diversificação
curricular a ser definida pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC);
6) Reestruturar as regras de
governança do sistema educacional a partir da criação de um Sistema Nacional de
Educação e criar política de apoio à melhora da qualidade da gestão em todos os
níveis;
7) Realizar alterações legais nos
mecanismos de financiamento da Educação Básica, em especial no Fundo de Manutenção
e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (Fundeb), tornando-os mais eficientes, redistributivos e indutores de
qualidade.
Creio que não precisamos mais
reinventar a roda. Algumas dessas propostas já se mostraram eficazes e
bem-sucedidas em alguns estados do país, como é o caso da alfabetização de
crianças na idade certa no estado do Ceará. A questão é implementar as medidas
de maneira correta, séria, traçando metas com responsabilidade.
É nesse Brasil que estamos apostando
– e por isso devemos fazer um grande esforço nacional para mudar o atual astral
do país e das pessoas. Não tenho dúvidas de que a Educação é o novo nome do
desenvolvimento, parafraseando o movimento Santa Catarina pela Educação.
Educação Já para um novo Brasil!
Mozart Neves
Istoé.com
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