featured
IMAGINE SE VOCÊ TIVESSE 4 FILHOS GÊMEOS E COM LESÃO CEREBRAL PARA CRIAR! Imaginou? Agora tenta ajudar e saia do lugar comum de só ler e dizer ‘boa sorte’ e ‘que Deus ajude”
11:04Brasília, Brasil e o mundo sem retoques!
IMAGINE SE VOCÊ TIVESSE 4 FILHOS GÊMEOS E COM LESÃO CEREBRAL PARA CRIAR!
Imaginou? Agora tenta ajudar e saia
do lugar comum de só ler e dizer ‘boa sorte’ e ‘que Deus ajude”
Colabore
Para ajudar Linda Mar Miranda Alves
e os quadrigêmeos com fraldas ou alimentos, basta telefonar
para 9 9150 0416 ou 9 8410 0464.
Eles moram na QSE 5, lote 12, casa 1, Taguatinga Sul.
Se preferir doar dinheiro, há duas
opções:
» Caixa Econômica Federal: conta-poupança
932857-8, agência 0008, operação 013.
O FATO, A HISTÓRIA.
A rotina no lar da família Alves é
de luta. A mãe, Linda Mar Miranda Alves da Silva, 58 anos, faz de tudo
para manter sozinha a casa e cuidar dos quadrigêmeos de 18 anos Marta Alves
Lima dos Santos, Rebeca Alves Lima dos Santos, Davi Alves Lima dos Santos e
Ester Alves Lima dos Santos, e de Lídia Candida, 82 anos, portadora de
Alzheimer abandonada pela família. À exceção de amor, eles carecem de tudo.
Falta dinheiro para comida, dinheiro, roupas. Todas as contas estão atrasadas.
Assim como a idosa, acolhida por
Linda Mar, poucos meses após o nascimento dos filhos, em 2000, as crianças são
doentes. Todas nasceram com lesão cerebral. “Eu só tenho a agradecer a Deus.
Eles vieram ao mundo com seis meses de gestação e ficaram 150 dias internados
na UTI”, lembra a mãe. Ela deu à luz cinco bebês. Um delas, Sara, morreu um dia
após o parto. O Correio acompanha a história da família desde o início.
O dia na casa de Linda Mar começa
cedo. Ela acorda às 6h para colocar as coisas em ordem. “Arrumo os cômodos e
lavo as roupas enquanto eles dormem”, conta a mulher. Os adolescentes começam a
acordar às 10h, menos Ester, que, por dormir mais tarde, se levanta na hora do
almoço. Na parte da tarde, Rebeca e Marta estudam no 7º ano em colégio normal
com turma reduzida. Os outros dois ficam em casa.
Linda Mar leva Ester à fisioterapia
no turno vespertino. “Ela não mexia nada. Com os estímulos, senta sozinha, bate
palma e chama ‘mamãe’”, comenta, empolgada, Linda Mar. À noite, é hora de fazer
as tarefas da escola e também de se divertir. “A gente assiste a filme, brinca
e sorri. A gente sorri muito”, ressalta a mãe.
Necessidades
Apesar da felicidade de Linda Mar
ao lado dos filhos, a família precisa de itens básicos para a sobrevivência. A
lista é extensa: alimento, fralda e remédios controlados. “Meus filhos não
jantam, porque, senão, para o outro dia, ficamos sem ter o que comer,” lamenta
a genitora. O aluguel da residência, a água e a luz estão atrasados. As doações
são fundamentais. A renda da família vem, principalmente, do auxílio que Davi e
Ester recebem. O Benefício de Prestação Continuada (BPC), da Lei Orgânica da
Assistência Social (Loas), garante um salário mínimo mensal (R$ 954) para
pessoas com deficiência.
Davi não fala e anda com
dificuldade. Ele tem o lado esquerdo do cérebro paralisado. “Ele sofre com
convulsões perigosas desde os 15 anos, começa a babar e a se bater. Eu tenho
que chamar socorro, porque não dou conta sozinha”, ressalta Linda Mar.
Rebeca tem dificuldade de
crescimento e na fala. Marta começou a desmaiar no colégio e descobriram que
ela também tem convulsão. Ester tem escoliose, hidrocefalia, não anda e está
com cisto no ovário, o que ocasiona hemorragia. Segundo a mãe, ela teve mais de
300 pneumonias e 2 mil convulsões.
Linda Mar improvisa na hora do
banho de Ester, por não conseguir comprar uma cadeira de rodas adaptada. “A
levo para o quarto, pego a banheira e coloco em cima da cama. É assim todo
dia.” A coluna da jovem está comprometida e não pode operar por haver risco de
morte. “O médico falou que tem 90% de chance de ela morrer. Então, preferi
deixar a minha filha viva”, comenta a mãe. As crianças recebem acompanhamento na
Rede Sarah.
Linda Mar também tem problemas de
saúde. “Tenho hérnia na barriga, cisto e mioma no ovário, sinto dor no braço,
meu joelho já está sem cartilagem”, enumera. Por falta de dinheiro, ela não
compra os remédios de que precisa. “Tem quase um ano que eu não tomo a
medicação necessária.”
Inspiração
Apesar de todas as dificuldades, de
financeira à saúde, Linda Mar agradece a vida que tem. “A gente passa o dia
todo sorrindo. Vivo por eles e sou muito feliz, de todo o coração.” O maior
sonho da mãe dos quadrigêmeos é dar uma vida melhor aos filhos e, para isso,
entre outras coisas, ela gostaria de ganhar uma máquina de fazer fralda
descartável, que serviria tanto para economia da família, visto que Ester
necessita usar o utensílio, quanto para garantir uma renda extra. “A gente pode
vender as fraldas que fabricar. Isso vai ajudar muito em casa”, observa a mãe.Ela
também gostaria de passear mais com a prole, levá-los para fazer compras no
shopping, porém, como o dinheiro é pouco até para os alimentos, as vestimentas,
por exemplo, ficam para segundo plano. “Faz tempo que eles não ganham roupas.
Eu não quero riqueza, quero uma vida digna e muita saúde pros meus filhos.”
Correio Braziliense, DF
0 comentários