BRASIL EM 2019:
Esperança para deixar de ser o país
do futuro

A esperança da maioria dos
brasileiros é de que o novo governo federal não decepcione e consiga fazer as
mudanças para que o Brasil deixe de ser o país do futuro para ser o país do
presente. Aliás, o fato de o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahy,
ter dito sexta-feira a Bolsonaro que o Brasil é a “terra da promessa de futuro”
é um forte motivo para o novo governo trabalhar firme para que essa frase fique
apenas no passado.
Quinto país mais populoso e oitava
maior economia global, o Brasil precisa das reformas, começando pela
Previdência. Depois, deve fazer a reforma tributária e outras para simplificar
a vida das empresas e atrair mais investimentos. Quem olha o país de fora vê
que é preciso elevar a produtividade da economia, que não muda desde os anos 80
– são necessários cinco trabalhadores brasileiros para gerar a mesma riqueza de
um americano. Um dos planos do novo governo é abrir mais a economia ao exterior.
A inserção internacional enriquece,
mas é preciso viabilizar condições competitivas semelhantes para não gerar
crise e desemprego, como ocorreu nos anos 90, quando SC foi duramente afetada
nos setores têxtil e de máquinas.
Outros desafios são acelerar a
qualidade da educação e o desenvolvimento dos setores de tecnologia e inovação.
O Brasil precisa aperfeiçoar os métodos de aprendizado para sair da lista dos
10 piores colocados na pesquisa que mede a qualidade da educação no mundo, a de
PISA, feita junto a 70 países pela Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Avançar em educação e tecnologia é
fundamental para que o país não fique ainda mais pobre, consiga tirar mais
pessoas da pobreza e melhore a distribuição de renda. O que os brasileiros
esperam dos eleitos é que destravem essas agendas para, enfim, sermos um país
do presente.
Resiliente, SC cresce de 3% a 4%
Apesar do grande impacto das
decisões do governo federal e da importância do grande mercado nacional, a
economia catarinense, mais uma vez, conseguiu se descolar da brasileira e
crescer mais. A última informação sobre essa resiliência vem da Secretaria de Estado
da Fazenda. O índice da pasta, o Sefaz, que mede a atividade econômica, com
base nos últimos 12 meses até setembro, mostra que a economia do Estado cresceu
4% frente aos 12 meses anteriores enquanto o Brasil, no mesmo período, cresceu
1,5% (segundo o BC). As últimas projeções do mercado são de que o país vai
crescer 1,3% em 2018 enquanto o índice da Fazenda de SC projeta para o PIB
local uma alta entre 3,5% e 4%, revela o economista da diretoria de Orçamento
da SEF, Paulo Zoldan. Isso vai depender ainda dos dados do último trimestre,
ainda não todos contabilizados.
Como foram os setores
O economista Paulo Zoldan, da
Secretaria da Fazenda de Santa Catarina, prefere índices anualizados. Em artigo
no boletim mensal da pasta divulgado neste fim de ano, ele destaca que o setor
de serviços cresceu 5,3% até setembro, com destaque para o comércio, que
cresceu mais e cresceu o dobro do país.
A indústria geral catarinense
cresceu 2,8% no período, mas a de transformação avançou 4,7% puxada pelo setor
automotivo, mas as indústrias têxteis, madeiras, máquinas e plástico também
foram bem. Quem ficou no vermelho foi a agropecuária, que caiu 3,7% puxada pela
retração de 7,8% da agricultura.
As exportações cresceram 4,8% e a
receita tributária do Estado cresceu 12,8% em 2018, até novembro. Apesar dos
números positivos, Zoldan defende as reformas porque as despesas correntes do
governo estadual têm crescido 6,8% ao ano. É preciso reduzir isso.
Sabedoria para o novo ano
O
empresário Lidomar Bison (E) já transmitiu o cargo para o sucessor Ernesto
Caponi (D) que passa a responder pela entidade a partir do primeiro dia do ano.
Em conversa com a coluna sobre
gestão, Bison, que é engenheiro mecânico graduado pela UFSC e gosta de
tecnologia, falou sobre os tipos de sabedorias necessárias ao longo da carreira
dos engenheiros, segundo o grande mestre do curso na UFSC, professor Caspar
Stemmer.
– Quando me graduei em Engenharia,
o professor Stemmer disse que, desde a primeira turma que formou, recebe
ex-alunos e, em função disso, conseguiu traçar um perfil.
Os que têm até cinco
anos de formado, reclamam que não tiveram cálculo e física suficiente para
fazer projetos; os que vêm com tempo de formatura entre 5 e 10 anos, reclamam
que não tiveram formação suficiente em administração; os que vêm entre 10 e 15
anos reclamam falta de formação em finanças e economia; e os que vêm com mais
de 15 anos, reclamam que não tiveram formação suficiente em humanas. Dizem que
quem faz a diferença nas empresas são as pessoas, que eles têm que formar times
e times constroem empresas. Por isso, desde que me formei, dei atenção às
relações humanas – revela Bison.
Esse trabalho na CDL vai continuar
com Capone, que promete fortalecer ainda mais o associativismo.
FONTE:www.nsctotal.com.br/colunistas/estela-benetti/2019
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