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TADEU FILIPELLI DE NOVO NA ROTA DAS PROPINAS! DELAÇÃO DO DONO DA GOL APONTA PARA EX-GOVERNADOR DO DF DO MDB!
12:49Brasília, Brasil e o mundo sem retoques!
De poderoso "cacique político" a preso em operação da PF: O
ex-vice-governador do Distrito Federal Tadeu Filippelli, até poucos dias presidente
regional do MDB, já processado e preso na "Operação Panathinaykos", está de novo no foco da Justiça,é alvo central de um dos anexos da delação
do empresário Henrique Constantino.
Dividida
em 10 capítulos, a narrativa de corrupção detalhada por um dos donos da Gol
Linhas Aéreas conta como se deu o processo de redução da alíquota do Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) aplicada ao
querosene de aviação no Distrito Federal. Segundo o delator, a negociação foi
na base da propina.
O
acerto, feito na época em que Filippelli dividia o comando do governo com o
então chefe do Executivo, Agnelo Queiroz (PT), ocorreu na casa onde o
emedebista morava, na churrasqueira à beira da piscina.
Teriam
participado do encontro os correligionários e colegas da Câmara dos Deputados
Henrique Eduardo Alves e Eduardo Cunha, ambos do MDB, quando o primeiro ocupava
a presidência da Casa.
O
operador financeiro Lúcio Funaro também entrou, segundo ele mesmo admitiu à
Justiça, na partilha da propina, embora, naquele dia, não estivesse presente na
reunião para discutir os detalhes sobre a negociata.
O
anexo IV da delação de Henrique Constantino ainda cita como personagem
vinculado ao episódio de corrupção no DF o secretário de Desenvolvimento
Econômico no governo de Joaquim Roriz, Afrânio Roberto de Souza Filho, que, no
termo de delação, é vinculado ao Instituto de Desenvolvimento Econômico e
Social do Setor Produtivo do DF (Idesp).
Em
pelo menos outras duas investigações policiais que apuram a participação de
Filippelli em denúncias de corrupção, Afrânio aparece como operador do
ex-vice-governador. Ele é citado nas duas fases da Panatenaico. A primeira
investiga desvios na construção do Estádio Nacional Mané Garrincha. A segunda, no BRT Sul.
No
anexo IV da delação de Henrique Constantino, o empresário diz às autoridades
que Filippelli assegurou aos seus interlocutores contar com o voto dos
deputados distritais. Negociava-se ali a redução da alíquota de 25% para 12% do
ICMS aplicado ao querosene da aviação. Para a mudança, no entanto, teria de
haver a aprovação de projeto na Câmara Legislativa.
De
autoria do Poder Executivo, o texto foi aprovado em plenário no dia 12 de março
de 2013. Todos os 18
distritais presentes votaram a favor da proposta. A renúncia tributária
estimada em apenas três anos era de quase meio bilhão de reais.
Na
última segunda-feira (13/05/2019), o juiz titular da 10ª Vara Federal,
Vallisney de Oliveira , homologou os 10 anexos da delação de Henrique
Constantino. Os nomes de vários figurões da política são citados pelo
empresário, entre os quais o do ex-presidente Michel Temer, do ex-ministro
Geddel Vieira Lima e o do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Piracicabana
Segundo a coluna apurou, no mesmo dia em que a turma do MDB negociava os termos para redução da alíquota do ICMS sobre o querosene de aviação, também teria fechado acordo sobre a concorrência para exploração de bacias de ônibus que teriam beneficiado a Piracicabana, pertencente à família Constantino.
Segundo a coluna apurou, no mesmo dia em que a turma do MDB negociava os termos para redução da alíquota do ICMS sobre o querosene de aviação, também teria fechado acordo sobre a concorrência para exploração de bacias de ônibus que teriam beneficiado a Piracicabana, pertencente à família Constantino.
Na
época, a Piracicabana havia ganhado os melhores itinerários. Mas o GDF chegou a
cogitar derrubar o processo com base em indícios de irregularidades. O
suposto acordo entre Constantino e Filippelli, no entanto, teria evitado o
prejuízo para a empresa de ônibus pertencente ao empresário.
A
licitação das bacias de ônibus é alvo de questionamentos judiciais. De acordo
com denúncia do Ministério Público, houve direcionamento do resultado. A
acusação indicou ainda que a gestão do então governador Agnelo Queiroz havia
contratado o advogado Sacha Reck como consultor jurídico da concorrência
pública. Porém, simultaneamente, ele teria formulado as propostas das empresas
vencedoras, pertencentes aos grupos Constantino e Gulin, com objetivo de
favorecê-las.
Ocaso
na política
A ingerência Filippelli junto à maioria dos deputados na época em que ele era vice-governador sempre foi tema das rodas políticas na capital. Ele fazia pessoalmente a interlocução com os parlamentares em diferentes assuntos. Era, naquele período, o principal articulador entre Executivo e Legislativo.
A ingerência Filippelli junto à maioria dos deputados na época em que ele era vice-governador sempre foi tema das rodas políticas na capital. Ele fazia pessoalmente a interlocução com os parlamentares em diferentes assuntos. Era, naquele período, o principal articulador entre Executivo e Legislativo.
Mesmo
depois de deixar o governo local, Filippelli manteve, por um tempo, seu
prestígio político. Foi acomodado como assessor especial do então presidente da
República, Michel Temer, de quem era bem próximo.
Perdeu
poder recentemente, depois das avarias sofridas em função das denúncias de
participação em esquemas de corrupção. Chegou a ser preso alguns dias no âmbito da Operação Panatenaico,
em 2017.
O
efeito político das investidas policiais sobre Filippelli foi sentido em
outubro de 2018, quando o emedebista colocou seu nome à prova nas urnas. Na
ocasião, reuniu apenas 26 mil votos ao concorrer para a Câmara dos Deputados.
Embora tenha sido ele quem abriu as portas do MDB para a candidatura do
governador Ibaneis Rocha ao GDF, recentemente, elas quase se cerraram, deixando
Filippelli de fora.
Em
um acerto que sublinhou a força do atual governador frente à investida de
Filippelli em manter o MDB-DF sob seu controle, restou ao ex-dirigente aceitar
a vice-presidência
biônica do partido. Sua nora Éricka Filipelli elegeu-se vice de Rafael
Prudente, o nome de Ibaneis na disputa pelo comando da sigla.
Configurou-se
aí o ocaso da carreira política do ex-todo poderoso vice-governador do DF, que,
segundo indicam os movimentos do Ministério Público e da Justiça ainda devem
trazer sérias consequências para Filippelli.
Outro
lado
Questionado pela coluna sobre a citação de seu nome no contexto da delação de Henrique Constantino, Filipelli disse o seguinte: “O senhor Constantino jamais foi recebido em audiência privada por mim. Só foi recebido por mim em um grupo com técnicos e demais empresários do sistema de transporte público de Brasília para tratar da transição do sistema”.
Questionado pela coluna sobre a citação de seu nome no contexto da delação de Henrique Constantino, Filipelli disse o seguinte: “O senhor Constantino jamais foi recebido em audiência privada por mim. Só foi recebido por mim em um grupo com técnicos e demais empresários do sistema de transporte público de Brasília para tratar da transição do sistema”.
Sobre
o suposto encontro relatado por Constantino, Filipelli disse que o delator
“seguramente está delirando”.
A
reportagem tentou contato com Afrânio Roberto de Souza Filho, mas ele não
foi localizado.
Metropóles.com
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