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OPERAÇÃO DRÁCON: UM LENGA LENGA SEM FIM! CELINA LEÃO E JÚLIO CÉSAR PRESTARAM DEPOIMENTOS.
18:17Brasília, Brasil e o mundo sem retoques!
RÉUS NA OPERAÇÃO DRÁCON, CELINA E
JÚLIO CÉSAR PRESTAM DEPOIMENTO.
E continua o lenga lenga...
Audiência ocorre após tentativas da
Justiça em intimar ex-distritais. Ex-secretário da CLDF Valério Neves também
foi ouvido
Os depoimentos da Operação
Drácon foram retomados na 7ª Vara de Fazenda Pública do DF, nesta quarta-feira
(04/03). Três dos oito réus que respondem à ação de improbidade administrativa
ajuizada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)
prestarão depoimento.
A audiência ocorre após três
tentativas da Justiça em intimar os ex-deputados distritais, hoje federais,
Celina Leão (Progressistas) e Julio Cesar (Republicanos) e o
ex-secretário-geral da Câmara Legislativa Valério Neves.
Eles são suspeitos de participar de um suposto esquema de corrupção
envolvendo distritais e servidores públicos. A investigação do MPDFT sustenta
que ocorreram negociações ilícitas de emendas parlamentares mediante
solicitações de vantagem indevidas.
Um dos casos em apuração trata de
suposto esquema de propina em troca da liberação de R$ 30 milhões para o
pagamento de serviços médicos de unidades de terapia
intensiva (UTI).
A primeira a depor foi deputada
federal Celina Leão (Progressistas) e presidente da Câmara Legislativa à época
dos fatos. Em duas horas de oitiva, ela afirmou ao promotor Clayton Germano que
os áudios feitos e divulgados pela ex- deputada Liliane Roriz, rival política
de Celina, mostram conversas “normais, que poderiam ser feitas na frente de
qualquer um”.
Segundo Celina, o “projeto” em que
ela tratava nos áudios era sobre seu plano de reeleição. “Eu tinha 17 votos
para o projeto de reeleição. Tinha afiançado que as emendas dos deputados
seriam liberadas. Havia um pedido do governador Rodrigo Rollemberg para que os
24 deputados distritais destinassem 80% de todas as emendas para a Saúde. A
contrapartida era liberar 20% das emendas”, afirmou.
Celina ressaltou que o acordo não
foi cumprido. “Só alguns conseguiram garantir, mas não fecharam para os 24
deputados”, disse. Ela relembrou que a Drácon começou no mesmo momento em que a
CPI da Saúde ocorria.
“Nós estávamos apurando uma
gravação de conversas com a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues e com o
então vice-governador [Renato Santana], que falavam de 20% de propina na saúde
operada pela então primeira-dama, Marcia Rollemberg. Mas a CPI perdeu força com
a Drácon”, afirmou.
“Encenações”
Durante as indagações de Germano,
acerca dos áudios de Liliane Roriz, Celina diz que a adversária política fez
“encenações”. “Ela estava respondendo a um processo de cassação, era minha
adversária. Ela mente nos áudios, mente no processo. Disse que a emenda da UTI
não saiu da vice-presidência, mas depois ficou comprovado que saiu. O áudio
estava todo editado Em um primeiro momento”, afirmou.
Celina refere-se a Liliane porque
ela foi o pivô do escândalo na CLDF. Nesse processo, a filha do ex-governador
Joaquim Roriz é testemunha.
Os áudios feitos por Liliane e
divulgados em agosto de 2016 deram origem à Operação Drácon. Ela revelou
detalhes de como colegas da Câmara Legislativa supostamente agiam.
Liliane teria começado a grampear
os distritais no fim de 2015, quando os políticos decidiam o que fazer com uma
sobra orçamentária da Casa.
Julio Cesar
Após Celina, foi a vez de Julio
Cesar. A primeira pergunta feita pelo promotor Clayton Germano foi acerca
do relacionamento dele com o então presidente da Associação Brasiliense de
Construtores (Asbraco), Afonso Assad.
“Conheço o Afonso, mas nunca tratei
nada com ele. Não almocei com ele. A única vez que falei sobre ele foi com a
ex-deputada Liliane Roriz, pois ela queria destinar todas as emendas
individuais dela para a Asbraco. Como eu era líder do governo, ela me pediu
mais prazo. Prometi que tentaria, mas não tentei”, disse em depoimento.
Julio Cesar confirmou que a emenda
que destinou recursos à saúde foi assinada pelo então chefe de gabinete de
Liliane, José Adenauer. “Todas as emendas eram elaboradas pelo José Adenauer.
Como nós tínhamos muita confiança na deputada Liliane Roriz, nós não
questionávamos as emendas que vinham dela”, disse.
“A destinação desse tipo de emenda
sempre foi da vice-presidência”, reiterou. Julio Cesar também citou a “suposta
mentira” de que a emenda não era assinada por José Adenauer. “Quando ele viu
que não tinha mais como negar, correu no Ministério Público para mudar o
depoimento”, ressaltou, em depoimento que durou 50 minutos.
Terceiro depoimento
Valério Neves abriu o depoimento
questionando as transcrições dos áudios. “Houve inserção de palavras que não
falei e exclusão de palavras que disse perfeitamente”, disse, ao começar a responder
aos questionamentos.
Em seguida, afirmou ao promotor
Clayton Germano que, na transcrição feita pelo MPDFT e pela polícia, na qual
fala com Liliane Roriz sobre Afonso Assad, ele se referia a boatos. “A CLDF é
um lugar farto de boatos. Conheço Liliane há 25 anos, trabalhei com o pai dela
por 14 anos. Era uma conversa de amigos”, afirmou.
Ele ainda negou ter sentado ou
tratado de qualquer assunto com Afonso Assad. “Nos áudios, eu estava falando
dos boatos que havia na Câmara”, afirmou, referindo-se a rumores de que seriam
destinadas emendas para beneficiar construtoras.
Depoimentos em 2019
Em dezembro de 2019, dois dos oito
réus da ação ajuizada pelo MPDFT prestaram depoimento: os ex-deputados
Cristiano Araújo (PSD) e Raimundo Ribeiro (MDB).
O ex-secretário-executivo da 3ª
Secretaria da CLDF Alexandre Cerqueira; o ex-diretor do Fundo de Saúde do
Distrito Federal Ricardo Cardoso e o ex-distrital Bispo Renato Andrade (PL)
optaram por ficar em silêncio.
Metrópoles.com
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